Foi encerrado na semana passada, em Beijing, o 4º Fórum Anual do Setor Cultural da China. Representantes dos departamentos governamentais, setores empresariais e culturais participaram do evento e discutiram estratégias para a expansão do setor cultural do país.
O governo chinês iniciou em 2000 a promoção de políticas preferenciais para estimular a expansão do setor cultural, com um número crescente de empresas interessadas. Várias províncias e municípios estabeleceram parques industriais para inovações culturais. A contribuição do segmento para o PIB nacional segue aumentando nos últimos anos.
Promovido pela Academia para Inovações e Desenvolvimento da Indústria Cultural (CIIDA, na sigla em inglês), o fórum teve sua primeira edição em 2003. Tendo como objetivo fornecer uma plataforma para a troca de opiniões sobre o setor, o fórum abordou temas como o treinamento de recursos humanos, o desenvolvimento regional, investimentos e o financiamento do setor cultural, entre outros.
Para o vice-diretor da CIIDA, Dr. Chen Shaofeng, os assuntos abordados demonstram que o setor cultural chinês está se direcionando para a maturidade e desenvolvimento. Conforme Chen, o superaquecimento do setor cultural é um sinal perigoso e exige planejamento para evitar uma possível bolha no futuro. Ele disse:
"As empresas interessadas em investir nos parques de desenhos animados e os governos locais devem planejar em conjunto, combinando a produção e a pesquisa, para evitar a possível bolha provocada pelo mau investimento".
Um projeto cultural singular pode impulsionar vários outros setores. É um fenômeno que surgiu nos últimos anos na esfera nacional. Tendo a província de Yunnan como exemplo, o espétaculo Impressão sobre Yunnan, produzido pela mundialmente famosa dançarina Yang Liping, realizou uma turnê por centenas de cidades chinesas desde sua estreia, ocorrida em 2004.
Wang Fuyu, alto funcionário da província de Guizhou, manifestou no fórum a vontade de usar como referência o sucesso do espetáculo de Yang para o desenvolvimento do setor cultural da sua província, repleta de ricos recursos folclóricos.
"Vivem em Guizhou dezessete minorias éticas, como Miao, Buyi, Tong, Hui. Nos seus costumes estão embutidas ricas histórias, tradições e folclores. Suas arquiteturas, trajes, idiomas, festas, comidas, danças e canções são preservados, repletos de altíssimo valor cultural".
Para muitos participantes, é preciso um contingente de talentos administrativos e criativos para a sadia expansão do setor, além de ricos recursos naturais e culturais. As universidades, portanto, podem desempenhar um papel essencial no processo. Na atualidade, muitas delas possuem instituições de pesquisa voltadas para o setor cultural. O vice-diretor do Instituto de Pesquisa Cultural da Universidade de Beijing, Xiang Yong, opinou,
"Oferecemos cursos para funcionários governamentais obterem conhecimentos concretos sobre o setor cultural e seu desenvolvimento. Isso deve ajudá-los na elaboração de programações culturais".
Atualmente, a arrecadação do setor cultural para o PIB nacional é de apenas 3%, muito longe do nível alcançado por países desenvolvidos. Para o vice-diretor da CIIDA, Chen Shaofeng, o governo deve promover medidas para assegurar os investimentos no setor, já que estes correm altos riscos.
"Financiamentos ou empréstimos bancários são inadequados para sustentar o desenvolvimento do setor cultural, pois podem ocorrer altos riscos em todo o processo. Nossa sugestão é que os departamentos concernentes, como a China Development Bank, disponibilizem verbas especiais para apoiar o desenvolvimento do setor cultural. Isso necessita obviamente de políticas preferenciais para poder funcionar corretamente".
Segundo Chen Shaofeng, a Programação Quinquenal para o Desenvolvimento do Setor Cultural, divulgada pelo governo chinês, deve colocar o setor numa órbita de crescimento racional e sadio.
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