2004 assinala o 60º aniversário da fundação do Instituto Nacional de Estudo de Dunhuang e o centenário de nascimento de seu fundador, Chang Shuhong. No segundo semestre deste ano, serão realizadas uma série de atividades comemorativas e simpósios sobre a proteção de Dunhuang.
O diretor do Instituto, Fan Jinshi disse: Para estudar e proteger o patrimônio histórico e cultural de Dunhuang, que se encontra em pleno deserto, temos envidado grandes esforços, desafiando a solidão e superando uma série de dificuldades e riscos. A firmeza da gente de Dunhuang estimulará os funcionários do Instituto a avançar.
O Instituto Nacional de Estudo de Dunhuang, fundado em 1944, foi a primeira instituição a se empenhar nas pesquisas e proteção dos acervos históricos depois da proclamação da República Popular da China. Chang Shuhong foi o primeiro dretor deste Instituto. Sua fundação pôs fim à falta de administração das grutas ao longo da história. Chang Shuhong e seus colegas foram os pioneiros na proteção e nas pesquisas de Dunhuang. Nos primeiros anos, o estudo e a proteção deste patrimônio cultural eram muito difíceis. Não havia luz elétrica, nem palitos para comer. Todos trabalhavam em grutas sob o lume de óleo. Os palitos eram feitos com ramos de salgueiro. Quando os pesquisadores chegaram em 1943 a Dunhuang, jantaram apenas "A massa preparada com água salgada e malagueta" A vida muito simples continuou por alguns anos.
Dos velhos protetores de Dunhuang, Fang Hua é o único que ainda está vivo e nunca as abandonou durante estes 60 anos.Fang disse que nos primeiros anos de trabalho, ele e seus colegas dormiam em camas feitas de barro, bem como mesas, estantes e outros artigos. Em 1962, ainda não havia eletricidade em Dunhuang. O único meio de transporte para a região era uma carroça puxada a bois. Eram necessárias 24 horas de viagem para se chegar ao distrito de Dunhuang. Só em 1965, compraram o primeiro carro.
Tendo participado e enfrentado o árduo trabalho dos primeiros anos, a pesquisadora do Instituto, Shi Pingting, qualificou os trabalhadores de Dunhuang como obstinados e publicou um artigo sob o título "Obstinada gente da gruta Mogao". Ela disse: "Embora a vida e o trabalho em Dunhuang sejam duras, não estamos arrependidos. A única coisa de que temos remorso é que os nossos filhos não podem freqüentar escolas em melhores condições. Mesmo assim, Chang Shuhong, Shi Weixiang e Li Qiqiong e outros companheiros não abandonaram Dunhuang. Shi Pingting afirmou que naquela época, eles ainda eram jovens. Era fácil encontrar emprego em outros lugares. Mas, eles nem pensavam nisso.
Até agora, em comparação com outros lugares, as condições de trabalho e vida continuam duras em Dunhuang. Mas, centenas de pesquisadores, monitores e guardas querem trabalhar voluntariamente, mesmo que devam enfrentar a solidão. Muitas pessoas disseram que terão grandes saudades de Dunhuang se a abandonarem. Embora Wei Dan trabalhasse em Dunhuang há apenas quatro anos, ela passou a gostar muito de viver na região. Ela disse que como ela, muitos jovens querem trabalhar para sempre no deserto.. Para apresentar a firmeza da gente de Dunhuang, o Museu da História do Instituto Nacional de Estudo de Dunhuang e o Museu de Chang Shuhong foram abertos ao público. Além disso, foi erguida em agosto deste ano uma estátua de cobre em homenagem a Chang Shuhong, à beira do rio Daquan.
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