Este provérbio serve parar satirizar quem observa mecânica e rigidamente as velhas formas e dogmas, sem as adaptar às diferentes circunstâncias.
Na Antiguidade chinesa, um homem do reino de Zhu atravessava, certo dia, um rio a bordo de um barco. Por descuido, deixou cair à água a espada.
Os outros passageiros fitaram-no com simpatia, lamentando a perda que tinha sofrido. Mas o homem de Zhu, tranquilo e sem fazer qualquer comentário, fez uma marca no barco, junto ao sítio de onde tinha caído a sua espada.
Curiosos, alguns passageiros perguntaram-lhe:
---- Para que é essa marca no barco?
Muito sério, o homem respondeu:
---- A minha espada caiu aqui! Hei de achá-la aqui mesmo, quando o barco ancorar junto à outra margem do rio.
Todos menos ele se riram, gozando a sua estupidez, e houve alguém que lhe disse:
---- Como é isso? O nosso barco continua a andar, e a tua espada ficou lá, no fundo do rio. Julgas que a espada se move, seguindo o barco? Que falta de senso!...
O homem, porém, não se deu por convencido.
É desnecessário dizer qual foi o resultado; não duvido que os leitores, muito mais inteligentes que o nosso homem, já o adivinharam: o homem perdeu definitivamente a sua espada.
Assim, a expressão Fazer uma marca no barco para encontrar a espada perdida ficou como um provérbio, ainda hoje utilizado, com que os chineses criticam os que fazem qualquer coisa de forma rígida e demasiado conservadora, não se afastando minimamente dos velhos saberes e regras.
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