Adeus a Wangchuan
Wang Wei
Contra vontade, trota o cavalo, arrasta-se a carroça,
Deixando para trás pinheiros cobertos de hera.
Tão difícil renunciar às montanhas azuis,
Mais ainda esquecer estas águas tão verdes!
De regresso ao rio Wang
Wang Wei
Repicam sinos nas profundezas do vale,
Pescadores e madeireiros cada vez mais raros,
Lá longe, o crepúsculo enredando a montanha.
Regresso ao lar, sozinho, entre nuvens brancas.
Corolas de castanhas-d´água, tão frágeis, tão doces,
Flores de salgueiros, tão leves, tão suaves!
A leste do lago, a erva tem a cor da Primavera,
Fecho a porta de casa e entristeço.
Depois da chuva, no lugar de Wangchuan
Wang Wei
Depois da chuva, o fumo dos borralhos enlaça o bosque,
Na panela, legumes cozidos, no fogo, milho assado.
Nos campos, a leste, os homens esperam a merenda.
Sobre o arrozal imenso, uma garça voa,
Na sombra fresca da floresta, um verdelhão canta.
Procuro a quietude no alto da montanha,
Como vegetais, olho os hibiscos da manhã,
Vou colher girassóis cobertos de geada.
Humilde, sou agora igual ao velho camponês.
Porque duvidam ainda de mim as gaivotas?
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