A diferença do desenvolvimento entre cidades e campos se tornou nos últimos tempos um dos maiores temas nacionais. A expansão da diferença não está restrita aos índices de crescimento econômico e consumo. Ela também já atinge a área cultural, levando o governo chinês a buscar novas soluções.
Sancha, do distrito de Zunyi, é uma pequena vila da Província de Guizhou, uma das regiões subdesenvolvidas do País. Há dois anos, entrou em funcionamento no local um posto de informações que faz parte do projeto "Compartilhamento de Informações", lançado em 2004 pelo Ministério da Cultura e financiado pelo Ministério de Finanças para facilitar o acesso às informações, sobretudo nas zonas rurais. O responsável pelo posto, Luo Gang, afirmou:
"O posto beneficia 30 mil moradores. Eles podem consultar a internet ou nos pedir ajuda técnica. A maioria das questões busca informações sobre a agricultura, em especial sobre o plantio e o cultivo de plantas".
Conforme Luo, cerca de 6.000 postos semelhantes estão atualmente distribuídos em todo o país. Mesmo assim, a demanda por informações culturais vem sendo precariamente atendida. Conforme estatísticas divulgadas pelo Ministério da Cultura, apenas 3% da população nacional freqüenta o teatro, enquanto 6% dos chineses visitam os museus. Para o vice-ministro da Cultura, Zhou Heping, a promoção do projeto para o compartilhamento de informações deve melhorar a situação.
"O desequilíbrio nos níveis de desenvolvimento interregionais impede a divulgação e a troca de informações. Os camponeses das regiões remotas ainda encontram grandes dificuldades para encontrar ou ler livros e assistir filmes. A aplicação do projeto reveste-se de grande significado para a construção cultural nacional e o melhoramento do setor".
Empregando a informática, o país montou, com a colaboração de governos locais, um banco de dados digital com informações oriundas de bibliotecas públicas, museus, galerias de arte, grupos artísticos, instituições de pesquisas, entre outros. A vantagem do banco de dados está na capacidade de exibir na íntegra os espetáculos apresentados por grupos artísticos de primeira classe ou publicações cuja leitura digital está sob a proteção de propriedades intelectuais.
Os dados também serão liberados para pesquisas via internet e redes de TV a cabo, segundo o diretor do Centro para a Promoção do Projeto, Zhang Yanbo. A Internet será o principal instrumento de acesso aos moradores urbanos, enquanto nas áreas rurais, as redes de TV a cabo se encarregarão do trabalho, completou Zhang.
"Nossos recursos digitais já entraram via Internet em todos os condomínios em Shanghai. Estamos tentando, por outro lado, ampliar a cobrança via TV a cabo. Por exemplo, 800 mil moradores de cidades de Qingdao e Fuoshan podem usufruir dos nossos serviços".
Para Zhang, o Projeto deve abrir um novo canal para enriquecer a vida cultural dos chineses e elevar seu nível intelectual, bem como melhorar o perfil econômico e cultural dos campos.
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