Em Qizhou, adeus a Zu, o Terceiro
Wang Wei
No reencontro, apenas o tempo de um sorriso,
Logo depois, na despedida, lágrimas nos olhos.
As salas tristes, amarga, deserta a cidade,
Frio o céu, distantes, puras, as montanhas.
Cai a tarde, correm as águas do grande rio.
A tua barca parte, de velas enfunadas,
Eu, de pé, na margem, os meus olhos em ti,
Um longo momento.
Para Zu, o Terceiro
Wang Wei
Teias de aranha suspensas nas traves da casa,
Grilos cricrilam nos degraus do alpendre.
Outra vez o vento frio do entardecer
E tu, meu amgio onde estás?
O teu lar solitário, desabitado,
Em tempo de separação, difíceis as palavras.
Ninguém mais entra pelo portão de tua casa,
Raios de sol poente passeiam-se na erva de outono.
Gostava muito de receber uma mensagem tua
Mas mil rios e montanhas nos separam.
Após viajar por terras tão distantes,
Regressei agora à minha velha montanha.
Amigos há mais de vinte anos,
Jamais soubemos usar bem nossos talentos,
Tu, sempre pobre e de saúde fraca,
Eu, despromovido, umas poucas moedas no bolso,
Espero por ti, talvez em meados do outono,
Vem, por favor, antes de começar o inverno.
Quanto tempo ainda para o nosso reencontro?
Penso nisso todo o dia.
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