Cientistas chineses estão buscando a maneira para preservar o pagode Sakyamuni, situado no templo budista Fogong, no distrito de Yingxian, província de Shanxi, a 380 quilômetros ao sudoeste de Beijing. O pagode celebrou no dia 5 de setembro seu aniversário de 950 anos.
Levantado durante a dinastia Liao, que dirigiu o norte do país asiático entre 916 e 1125, a antiga construção, feita totalmente de madeira, tem uma altura de 67,31 metros e 30,27 metros de diâmetros na sua base. Sua estrutura é octogonal, de nove pisos, cinco dos quais são visíveis desde o exterior.
O pagode sofreu em 1974 um golpe histórico, na qual foi destruído um grande número de sutras e textos budistas que abordaram conhecimentos sobre a dinastia Liao e o cotidiano daquela época. Além disso, passou por terremotos, tempestades e guerras. Existe um alto risco de ser derrubado, devido à inclinação evidenciada nos primeiros pisos, afirmou Chai Zejun, ex-diretor do Instituto Provincial de Arquitetura Antiga de Shanxi. Segundo ele, 300 lugares da construção necessitam ser submetidos à reparação.
De fato, a voz de alarme sobre o estado do pagode surgiu há 17 anos. Foi reunido um grupo de especialistas em arquitetura antiga, em busca de uma solução para salvar o edifício. Entre eles, se destacam Chai e Luo Zhewen, membros da Administração Estatal do Patrimônio Cultural.
Vários anos de esforços da equipe não resultaram, no entanto, numa solução final para o resgate da arquitetura, já que nenhuma proposta levantada conquistou apóio unânime dos membros do grupo de resgate.
Três opções foram apresentadas durante a discussão: desmantelar a arquitetura e construir uma nova com parte da madeira original; deslocar os três pisos superiores para reformar os inferiores e, depois disso, retorná-los ao lugar original; ou reforçar as partes danificadas com aço.
Para Fu Xinian, investigador do Instituto de História Arquitetural, integrante do Grupo de Desenho e Investigação da Arquitetura de Beijing, "a primeira opção nos daria um pagode construído na nossa época e não da era dos nossos antecessores. Assim se perderia o valor histórico dele. Quanto à segunda, divido sua viabilidade. O problema da terceira é que os pisos inferiores não seriam tão espaçosos nem luminosos como agora, devido à estrutura de aço".
Por sua vez, Luo Zhewen, de 82 anos, que começou a visitar o pagode desde 1952, apóia a primeira opção. "Será uma medida mais eficaz desmantelar o pagode e construir um novo", disse ele.
Apesar de tudo isso, a Administração Estatal do Patrimônio Cultural aprovou em dezembro de 2002 o segundo plano, conforme o resultado da votação de um grupo de especialistas, considerando que o ato causaria menor dano ao pagode e preservará maiores partes históricas.
A Universidade de Tecnologia de Taiyuan, em Shanxi e a Universidade Sudeste de Jiangsu, foram encarregadas logo depois da elaboração do projeto, que deve absorver um investimento em 90 milhões de yuans (US$ 11,2 milhões).
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