Diversas atividades ocorrem neste país para celebrar o 70º aniversário da Grande Marcha, retirada militar do Exército Vermelho, dirigido pelo Partido Comunista da China (PCCh), entre janeiro de 1934 e outubro de 1936, a fim de evitar uma guerra civil entre forças armadas no seio do país e combater a invasão japonesa.
O exército comunista, liderado por Mao Zedong e Zhou Enlai, composto por 100 mil homens, percorreu 9650 km em condições extremamente duras, prolongando-se por 11 províncias até que as tropas comunistas se estabeleceram na província de Shaanxi, no norte da China.
A província de Guizhou, no sudoeste do país, ocupava uma alta importância durante todo o percurso. Foi lá onde o Exército Vermelho ganhou a adesão de mais de dez mil pessoas de várias minorias étnicas e promoveu a realização da Reunião de Zunyi, que solidificou a liderança de Mao Zedong dentro do PCCh. Em virtude de tudo isso, a província promoveu no Museu Militar, em Beijng, a exposição temática intitulada "Lembrar do Passado e Inspirar o Presente", evento que atraiu mais de 100 mil visitantes.
Zuo Taibei, filha do general Zuo Quan, morto em 1942 num combate contra tropas japonesas, atendeu a exposição. Para ela, os chineses ainda preservam o espírito da Grande Marcha, o qual deve ser um grande legado para toda a nação chinesa.
"Os militares comunistas prepararam comidas de apenas uma semana para atravessar a pradaria. A travessia ocorreu, no entanto, durante um mês. Muitas pessoas morreram de fome. Para mim, os sobreviventes saíram da pradaria nutrindo um espírito firme para superar as dificuldades".
Paralelo a isso, o próprio Museu Militar realizou a maior exposição na história, com 400 objetos e mostras digitais, fazendo reaparecer o percurso histórico. Amostras e exposições semelhantes invadiram também outras regiões. Livros, cinemas e produtos audiovisuais a respeito viraram o foco do setor cultural do país.
Você curte agora a canção Dez Despedidas do Exército Vermelho, interpretada pelo Grupo Artístico da Região Militar de Beijing. Como uma das mais clássicas obras em relação à Grande Marcha, a canção ganhou várias versões e reflete a amizade concretizada entre soldados chineses e habitantes dos lugares onde as tropas comunistas chinesas passaram durante o percurso.
Quanto a publicações, dois livros lideram o ranking de venda nacional: Exército Vermelho 1934-1936, lançado pela livraria Sanlian de Beijing, e Grande Marcha, fruto de seis anos de trabalho do escritor militar Wang Shuzeng. Segundo o autor, o peso histórico da Grande Muralha é reconhecido não só pela China, mas também pelo Ocidente. Ela foi tombada em 2000 nos EUA como um dos cem maiores eventos ocorridos nos últimos dez séculos, que se revestem da grande importância na evolução do ser humano. Além disso, dois jovens suecos que percorreram durante dois anos a trajetória deixada pelo Exército Vermelho, muito impressionaram Wang.
"Eu acredito que o ato dos jovens suecos visa buscar o espírito da marcha, que contribuiu também ao seu ingresso na lista de eventos mais importantes da história do ser humano. Trata-se de uma ação inédita, que reflete o alicerce espiritual para o desenvolvimento contínuo humano".
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