Os cineastas chineses enfrentam agora a demanda comercial de filmes de Kung Fu, depois de encerrar o ano 2005 com 260 produções cinematográficas, poucas das quais são relacionadas com artes marciais. A conclusão partiu do jornal "China Daily", numa entrevista a vários diretores cinematográficos chineses.

Dos mais de 200 milhões de dólares arrecadados neste ano por filmes chineses nos Estados Unidos, 60% foram contribuídos por cinemas de artes marciais, como "The Promise" (Wu Ji), de Chen Kaige, e "Seven Swords" (Qi Jian), do diretor de Hong Kong, Tsui Hark.

O renascimento dos filmes de artes marciais nos últimos anos se deve ao incremento da comercialização da indústria cinematográfica chinesa, disse Jia Leilei, diretor do Centro de Estratégia Cultural, da Academia de Arte da China. Segundo Jia, a alma dos filmes de Kung Fu reside na tradicional moral filosófica chinesa.

A última oferta do gênero é "The Banquete" (Ye Yan), de Feng Xiaogang, um dos diretores mais populares do continente chinês.

Apesar de o próprio diretor negar que a produção é de artes marciais, o filme mostrou bastantes cenas de combates com poderosas pancadas. Entrou no circuito nacional em setembro passado.

O furor por filmes de Kung Fu foi provocado por Bruce Lee, o legendário ator de Hong Kong, que conquistou o mundo nos anos 70 com "Fists of Fury", "Way of the Dragon" e "Enter the Dragon".

Depois de Bruce Lee, as principais obras que invadiram Hollywood foram "Rush Hour", do ator de Hong Kong, Jackie Chan, "Tomorrow Never Dies", de Michelle Yeoh, "The One", de Jet Li, e "Chalies Angels", de Lucy Liu.

Todas estas produções foram adaptadas para acompanhar a moda, embelezando a "genuína" luta de Kung Fu do tipo iniciado por Bruce Lee e, mais tarde, por Jet Lin na década de 80, por cenas artificiais, com efeitos especiais e acrobacia.