A nova imagem "oficial" de Confúcio, estabelecida pela Fundação de Confúcio, financiada pelo governo chinês, provocou muita polêmica entre especialistas chineses, muitos dos quais, duvidam que poderia resistir ao tempo. Os designers da obra, no entanto, argumentam que com a estátua desvelada no mês passado, prestigia-se ainda mais o grande filósofo chinês além de promover melhor seus pensamentos.
Para os críticos, a imagem é um produto totalmente comercial e não há evidências históricas que justifiquem sua credibilidade. A Fundação de Confúcio respondeu, por outro lado, que "não se importa" e que "a criação do confucionismo, caraterizado pela harmonia e paz, constitui a essência da cultura chinesa", indicou Zhang Shuhua, secretário-geral da organização.
A Fundação de Confúcio, fundada em 1984 com o fim de angariar fundos para os estudos sobre Confúcio dentro e fora do país, tem sua sede na cidade de Jinan, capital da província de Shandong, no leste da China.
A organização pretende oferecer uma imagem uniforme e facilmente identificável de Confúcio, com o objetivo de promover de maneira global o confucionismo, segundo Zhang. Antes disso, uma socidade de Taiwan de estudos sobre Confúcio publicou em 1986 um retrato estandardizado. O retrato mais famoso na história chinesa surgiu, no entanto, na dinastia Tang (618-907), há cerca de 1100 anos.
A fundação de Zhang começou a trabalhar na composição da nova imagem de Confúcio no mês de janeiro e divulgou um esboço em junho passado. A versão final foi lançada no dia 23 do mês passado na cidade de Qufu, de Shandong, em homenagem ao aniversário número 2557 do sábio.
Vários sinólogos prestigiosos chineses, como Ren Jiyu e Wen Huaisha, assim como descendentes de Confúcio, afirmaram que aceitam a estátua, de 225 centímetros de altura, de acordo com Zhang.
Para Kong Xianglin, vice-presidente do Instituto de Estudos de Confúcio, é necessário dar uma imagem "oficial" a Confúcio para que o mundo tenha uma ideia uniforme sobre o filósofo chinês.
Não obstante, Wang Dianqing, diretor da Associação Internacional de Confúcio, teve opinião contrária. "É inútil elaborar uma nova imagem, que não suportará as provas da história," manifestou.
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