Após o furor provocado pela exposição Arte da Renascença Italiana realizada em março passado, mais uma onda italiana está atingindo a capital chinesa. Desta vez, o brilho se focaliza nas pinturas contemporâneas, designs, modas e shows modernos, outro perfil fascinante da arte italiana. O palco está na Galeria Nacional de Belas Artes.
Eis o fashion show promovido pelo mundialmente renomado Valentino. Ele marcou o começo da série de exibições sobre a arte italiana neste mês. Os 25 vestidos vermelhos exibidos roubaram a cena. Segundo o presidente de Valentino na região Ásia-Pacífica, Giovinui Di Salvo, eles são selecionados entre seus designs clássicos durante os últimos trinta anos, já que a cor vermelha é simbólica para o dragão asiático. Ele disse assim:
"Vermelho vem sendo a cor clássica empregada no design de Valentino. Na China, ele simboliza animação e felicidade. Eu não acho outra cor que poderia representar melhor este show".
A par do fashion show de Valentino, começam na Galeria Nacional outras duas exibições temáticas - Arte Italiana do Século XX e Design Italiano nos Últimos Cinquenta Anos. A primeira reúne obras de Boccioni Umberro, Severini, Enzo Cucchi, mostrando a evolução das pinturas italianas no século XX, enquanto a última consegue mergulhar os visitantes numa atmosfera familiar bem agradável, com equipamentos domésticos, móveis, lâmpadas, decorações de famosos designers italianos.
Merece atenção que o famosíssimo Arezzo participou também da mostra. Seus 200 produtos exibidos estendem-se de ornamentos de ouro há 2600 anos a obras projetadas por pintores, escultores, arquitetos e fashion designers.
O artista, Alessandro Kokocinski, por outro lado, trouxe pela primeira vez suas pinturas e esculturas aos chineses. Suas obras, que tem como tema Divine Comedy, de Dante, empregam imagens e símbolos da mitologia ocidental e do cristianismo.
A visitante chinesa Sun Yujie ficou emocionada após o fashion show. Ela nos falou assim:
"É uma rara oportunidade para eu ficar tão perto de Valentino. Estou tirando fotos para lembrar o momento. Gostei do show e de outras exposições, onde se encontram a arte e o fashion. São bem acessíveis para mim".
Para Cao Yuxuan, no entanto, o que ela viu nas exposições é algo longe da Itália que costumava imaginar.
"Na minha opinião, a arte italiana é sempre ligada às coisas tradicionais. Este tipo de exposição, moderna e vanguardista, é uma surpresa para mim".
A surpresa é justamente uma prenda que as mostras oferecem aos chineses, ou seja, exibir ao público do país a Itália na atualidade. Isso se justificou na fala do embaixador italiano na China, Gabriele Menegatti.
"Queremos atingir dois objetivos por intermédio da promoção do Ano da Itália na China - divulgar a antiga cultura italiana entre a população chinesa e dar conhecimento sobre nossa arte moderna. De fato, aguardamos um outro objetivo, ou seja, estabelecer relações permanentes entre setores culturais dos dois países. As atividades que estamos promovendo fazem parte dos intercâmbios afins. Queremos desenvolvê-los".
Segundo Menegatti, o primeiro-ministro italiano, Romano Prodi, trouxe vários projetos para as cooperações culturais durante sua visita ao país. A proteção dos patrimônios culturais, o combate contra contrabando de obras artísticas e o estabelecimento de museus digitais entram na agenda de cooperações bilaterais.
O diretor da Galeria Nacional, Fan Di´an, que acabou de voltar da Bienal de Veneza como representante chinês, falou assim:
"Essas exposições abriram uma nova página para o intercâmbio cultural entre a China e a Itália, que possui já uma longa história. Voltei há pouco tempo da Bienal de Veneza, onde o cinema, a arquitetura e a arte visual chinesa ganharam enorme atenção dos visitantes italianos".
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