Quando alguém tem um sonho impossível de realizar, e tenta convencer-se---ou são os outros a tentar convencê-lo--- de que as suas esperanças se tornarão realidade, os chineses com uma certa cultura utilizam, para se referirem a esta situação, por vezes de forma jocosa, o provérbio Pensar em ameixas para matar a sede.
O provérbio tem origem na história dum conhecido estratega da Antiguidade chinesa.
Durante o período dos Três Reinos (220-280 antes da nossa era), houve um estratega famoso chamado Cao Cao, muito inteligente e ainda hoje recordado pelos chineses, sejam eles homens ou mulheres, velhos ou crianças.
Certa vez, Cao Cao encontrava-se no comando das suas tropas, numa extenuante retirada. O calor era sufocante. Os soldados morriam de sede e não havia nas proximidades nenhum poço, riacho ou fonte.
O ritmo da marcha diminuía. O inimigo vinha-lhes no encalço, e a situação era cada vez mais crítica. O que fazer?
O estratega Cao Cao, a cavalo, tomou a dianteira e, apontando om o chicote para determinado lugar, gritou para os seus homens:
-Atenção, soldados! Há ali um pomar de ameixoeiras, cheio de ameixas verdes e ácidas! Vamos depressa, para as comermos sem demora e assim matarmos a sede!
Desta forma, aproveitando a reação instintiva que qualquer homem teria nessas circunstâncias ? de se apressar para mais rapidamente saciar a sede que o atormentava ? hábil general conseguiu manter acelerado o ritmo da marcha.
Desta lenda nasceu o provérbio Pensar em ameixas para matar a sede.
Exemplo duma situação em que este pode ser utilizado é o caso de alguém que vive na miséria, sem dinheiro sequer para o pão de cada dia. Há então alguém que diz: Não se preocupe, meu amigo. Mais cedo ou mais tarde, há-de viver como um milionário: terá casa própria, e de luxo, e acabará por se fartar das melhores bebidas e das mais delicadas iguarias.
Não zombe de mim, meu amigo, responde o outro. O que me está dizendo é para Pensar em ameixas para matar a sede.
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