No mosteiro da Porta de Pedra
Wang Wei
O sol desce no céu, bonitos montes e água,
Minha barca de regresso a casa, ao sabor da brisa.
Despreocupado, feliz, deixo-me conduzir para longe,
Algures um recanto na nascente do rio.
À minha volta, nuvens brancas, árvores, frescura,
Eu meio perdido, enlevado, surpreso.
De súbito, as águas entrando pela montanha,
Eu, na margem, apoiado no bastão, caminhando.
No mosteiro, entre carvalhos e pinheiros,
Alguns velhos monges, meditando,
Pela manhã, antes do clarear da floresta,
Ao entardecer, antes do silenciar da montanha.
Os pastores, lá longe, ouvindo o cântico dos monges,
Os lenhadores, aqui, trazendo as novidades do mundo.
Sob a copa das árvores, na escuridão,
Os monges queimam incenso, dormem em esteiras sagradas,
A fragrância do vale perfumando-lhes as roupas,
O luar da montanha iluminado os penhascos.
Não me vou perder quando um dia aqui voltar,
Acordarei ao nascer da aurora, subirei a montanha.
Adeus, amigos da Nascente da Flores de Pessegueiro,
Estarei de regresso, ao avermelharem as pétalas.
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