A Universidade de Beijing (Beida), uma das mais prestigiosas entidades de ensino superior da China, será inacessível para os grupos de turistas organizados por agências comerciais. A informação partiu do anúncio oficial divulgado por autoridades da Universidade.

Conforme a nota, o ato pretende salvaguardar o cotidino dos professores e alunos no campus e os trabalhos de pesquisa que têm sofrido, desde a abertura gratuita do campus, turbulências graduais provocadas pela invasão de turistas. O anúncio esclareceu a proibição da visitação de grupos compostos de adultos ou alunos de escola primária, sob organização de agências turísticas. As visitações em grupo solicitadas por escolas secundárias e outras instituições educacionais serão sujeitas à autorização do departamento de segurança da universidade.

A decisão recebeu amplo aplauso dos universitários de Beida, que afirmaram há muito tempo não aguentar mais cantinas e campos de esporte lotados de visitantes. "Toda vez que passo pela porta lateral da universidade, sinto que estou caminhando por uma feira ao ar livre", reclamou Zhang Yue, estudante da Faculdade de Física de Beida.

A proibição também ganhou forte respaldo de acadêmicos chineses. "Beida não deverá se converter num ponto turístico", declarou o pesquisador do Instituto de Sociologia da Academia de Ciências Sociais da China, Tang Jun.

O novo "regulamento" gerou, no entanto, um intenso debate na Internet. Para muitos internautas, a proibição é contra "abertura e liberdade", fé mantida desde sempre pela própria Beida. "Acho que a universidade não tem direito de fazer isso. Beida é uma universidade pública, financiada por contribuintes. Ao contrário, creio que é importante para os estudantes de escola primária conhecerem o campus", comentou um internauta com sobrenome Cui, da província de Sichuan.

Perante disso, o porta-voz da Universidade de Beijing, Zhao Weiming, destacou que o ato será temporário e tem como alvo principal os grupos turísticos organizados por agências comerciais. "Beida está sempre aberta às visitas individuais", afirmou Zhao.