Na 9ª edição do Festival Internacional de Cinema de Shanghai, que se realizou entre 17 e 25 de junho nesta metrópole oriental chinesa, Zhang Pimin, subdiretor do Departamento Estatal de Cinema, destacou a intenção do governo chinês de cooperar com a indústria européia visando o fortalecimento nacional do setor.

De acordo com o funcionário chinês, o país asiático assinou um acordo com a Itália para a cooperação em matéria de produções cinematográficas, enquanto que foram iniciadas negociações similares com a França.

O governo chinês está estudando a elaboração de políticas preferenciais para a criação de empresas mistas sino-européias, cujos produtos gozarão do mesmo status que as produções totalmente nacionais e serão distribuídos diretamente no mercado chinês.

Ao mesmo tempo, a China reduzirá de 20% a 10% os impostos aplicados às rendas em bilheteria dos filmes produzidos de forma conjunta por estúdios chineses e estrangeiros.

A indústria cinematográfica da China, setor com clara tendência de alta, arrecadou cerca de US$ 250 milhões no ano passado, valor que poderia quadruplicar-se nos próximos anos.

No entanto, o interesse é mútuo, os produtores europeus já mostraram interesse por um mercado tão prometedor.

A companhia britânica BBC participou do festival de Shanghai em busca de possíveis sócios para uma nova produção baseada em uma lenda chinesa, em que se narram as aventuras de um menino que viaja pelo mundo montado em um cometa.

Shanghai conta com a presença de 18 famosos estúdios europeus, pertencentes ao Clube de Produtores Europeus, presidido por Jean Cazes, que afirmou que as portas da indústria cinematográfica chinesa estão definitivamente abertas.

"Uma história de 5.000 anos de antiguidade, os guerreiros de terracota e a Grande Muralha. Os produtores contam com uma vasta criatividade e oportunidade na China", destacou Cazes.

Alguns dos projetos já estão começando a tomar forma. Os estúdios The Silk and Steel Productions rodarão em Shanghai a história de uma tragédia amorosa baseada no mito europeu do navio fantasma.

De acordo com Han Sanping, diretor geral do Grupo de Cinema da China, a diferença entre Hollywood e a Europa reside em uma maior atenção européia às questões humanas e na vida diária.

"Estou seguro de que a cooperação entre os produtores chineses e europeus resultará em benefício mútuo", concluiu Han.

Fonte: Xinhua