Começou em Manaus, a Capital do Amazonas, uma exposição sobre a escrita chinesa, co-organizada pela Embaixada da China no Brasil e pelo governo do Estado do Amazonas.
A exposição acontece no suntuoso Centro Cultural do Palácio Rio Negro. O conjunto arquitetônico - um dos mais antigos e luxuosos do país - data de 1903. Os funcionários do governo estadual de Amazonas e os cônsules de vários países em Manaus participaram da cerimônia de abertura.
O embaixador chinês no Brasil, Chen Duqing também prestigiou o evento. No discurso proferido na cerimônia, Chen afirmou:
"O idioma Chinês é a língua mais falada do mundo, porque a população da China tem um bilhão e trezentos milhões de pessoas, sete vezes maior do que a população brasileira. Em cada cinco pessoas, tem uma que fala chinês. Essa exposição realmente é uma exposição sobre a escrita chinesa. Quando se fala da escrita chinesa, todo o mundo sabe que os caracteres chineses são desenhos quadradinhos e totalmente diferentes das letras ocidentais".
A escrita chinesa, como uma parte importante da cultura chinesa, é uma das mais antigas e conhecidas do planeta. Sua origem data de três mil anos antes do Cristo e no ano de 221 antes do Cristo, a escrita chinesa foi unificada pelo então imperador Qin, que mandou construir a Grande Muralha. Até agora, a história da escrita da China já tem mais de cinco mil anos. Para os chineses, a escrita é um componente da coesão nacional e serve como um instrumento de transmissão da cultura de sua civilização, bem como é um elo entre a China e o mundo. Agora, a escrita chinesa está sendo exposta no Brasil, se tornando um lenço que liga o povo chinês e o povo brasileiro.
Mencionando o objetivo deste evento. O embaixador Chen disse:
"Com essa exposição, nós esperamos que o povo amazonense, sobretudo, a população de Manaus, estudantes, e representantes de outros segmentos possam conhecer a nossa cultura, e com isso, vamos estreitar cada vez mais e intensificar cada vez mais os nossos contactos. E espero que o povo amazonense conheça mais a China através dessa exposição."
A exposição realizada em Manaus possui mais de duzentos objetos. E todos foram transportados da China, inclusive caracteres móveis de barro, antiga máquina impressora da escrita chinesa, etc. Com o efeito de animado tridimensional e documentários televisivos, a exposição apresenta detalhadamente a origem, a estrutura e também o método de sua escrita. Além disso, a exposição ainda mostra toda a história da evolução desde as inscrições nos ossos até a moderna escrita.
As inscrições nos ossos é a forma mais antiga da escrita chinesa, constituindo uma herança inestimável. Atualmente, com as novas tecnologias, os chineses já conseguem escrever os caracteres chineses no computador, por isso, a assimilação dos caracteres pelos bytes do computador é um ótimo exemplo da perfeita combinação da tradição com a modernidade.
A exposição sobre a escrita chinesa atrai muitos torcedores brasileiros pela cultura chinesa, inclusive os estudantes da Escola Saldei Marino de Manaus. Questionada sobre as razões que trouxeram os alunos a esta exposição, a diretora da escola, Jornela disse:
"Porque é um outro tipo de cultura que eles precisam conhecer. E isso faz bem para enriquecimento de conhecimentos deles, e da formação, conhecer uma nova cultura diferente da deles. Acho a exposição é muito interessante, como se falou, numa página de A4, chineses escrevem um texto que em outras línguas, se escrevem em duas ou três páginas. Então, é bem interessante para os alunos conhecerem e verem uma coisa diferente do cotidiano deles."
A diretora Jornela ainda sugeriu:
"Será muito interessante que a gente tivesse intercâmbio entre escolas e escolas, porque assim, fazer uma parceria por os alunos irem, os de lá podem também conhecer a nossa cultura, apesar de vinte e quatro horas de viagem. Acho muito interessante este tipo de intercâmbio."
Valença é uma funcionária que trabalha no interior do Estado de Amazonas. No dia 22 ela estava visitando uma amiga em Manaus. Quando ouviu falar da exposição sobre a escrita chinesa, ela foi ao Palácio Rio Negro. Ela disse:
"É a primeira vez que eu assisto a uma exposição sobre a China e estou gostando muito. É muito interessante, a gente percebe tanta história, tanta cultura, tanta vida. É muito encantada. E penso que os brasileiros gostam de conhecer a China, porque, para nós, a China ainda é muito distante. Então, com essa exposição e com esse tipo de trabalho, a gente sente-se que a China está mais próxima de nós, e também porque é país e cultura diferente com que nós podemos aprender um pouco."
Nos últimos anos, as relações sino-brasileiras vêm se desenvolvendo rapidamente. E há cada vez mais brasileiros que têm interesse de conhecer a cultura chinesa, especialmente, a língua. O embaixador Chen Duqing afirmou:
"E agora, a procura e o entusiasmo para estudar chinês começam a aquecer muito. Todo o mundo sabe quer fazer negócio com a China, o negócio da China e um bom negócio. Mas quem faz negócio com a China, é bom falar chinês para entender como o povo chinês faz, como o povo trabalha, e como o povo raciocina. Então, realmente conhecer a língua, conhecer a cultura é uma coisa muito importante. Se você não conhecer o fundo do outro povo, é difícil de aprofundar os contatos."
Segundo o conselheiro cultural da Embaixada Chinesa no Brasil, Shu Jianping, além de comércio bilateral, os intercâmbios entre a China e o Brasil também se aumentaram muito nos últimos dois anos. E, no território brasileiro, as atividades sobre a cultura chinesa, como esta exposição, são realizadas freqüentemente, o que aumenta os conhecimentos mútuos entre chineses e brasileiros e consolida a amizade entre os dois povos.
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