Terminou ontem (19) na cidade de Port of Spain, capital de Trinidad e Tobago, a 5ª Cúpula das Américas, após três dias de discussões. Na conferência, os líderes ou representantes de 34 países americanos debateram sobre a prosperidade, a segurança energética e a sustentabilidade ambiental. Também foi anunciada a assinatura da Declaração de Compromisso de Port of Spain. A maior parte dos países, contudo, ainda tem ressalvas sobre o conteúdo do documento e não assinou a declaração. Para os analistas, esta cúpula abre uma nova página das relações entre EUA e América Latina, e promove as cooperações dos países americanos.
No discurso de encerramento, o primeiro-ministro de Trinidad e Tobago, Patrick Manning, manifestou satisfação com os êxitos obtidos na conferência e assinalou que a cúpula, com certeza, vai levar as cooperações entre os países do hemisfério ocidental para uma nova era. O secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), José Miguel Insulza, também declarou ontem (19) que os países americanos se mostraram abertos ao diálogo nesta reunião. Ele está muito satisfeito com os êxitos do encontro.
O presidente dos EUA, Barack Obama, participou da cúpula. Por ser seu primeiro encontro com os chefes dos países latino-americanos, a conferência despertou grande atenção do público. Durante a cúpula, Obama realizou conversações com os líderes dos países membros da União das Nações Sul-Americanas (Unasul) e do Sistema de Integração Centro-Americana (SICA). Os líderes participantes avaliaram positivamente o tom conciliador de Obama e acham que as mudanças na abordagem dos EUA favorecem a melhora das relações.
As relações entre Cuba e EUA são um dos focos desta cúpula. Na conferência, os chefes e representantes dos diversos países latino-americanos criticaram o embargo norte-americano a Cuba que já dura 47 anos e pediram a readmissão do país na OEA. Obama admitiu que existem falhas na política norte-americana para Cuba e declarou estar buscando um novo início para as relações com Havana. No encontro com os líderes da Unasul, Obama também prometeu considerar seriamente a proposta sobre o retorno de Cuba à Cúpula das Américas.
No dia da inauguração da cúpula, Obama encontrou-se pela primeira vez com o presidente da Venezuela, Hugo Chavez. Depois das conversações, Chavez assinalou à imprensa que, apesar das divergências entre EUA e Venezuela, ele não tem nenhuma dúvida sobre melhora dos laços bilaterais. Ele também anunciou que a Venezuela vai considerar o envio de um novo embaixador aos EUA.
A Declaração de Compromisso de Port of Spain, confirmada na cúpula, foi elaborada um ano e meio atrás. Devido às diferenças entre a situação econômica e o ambiente financeiro daquele momento e da atualidade, a maior parte dos países ainda tem ressalvas sobre o conteúdo do documento e não assinou a declaração. No entanto, os chefes participantes da reunião ainda realizaram discussões positivas sobre aumento de capitais do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e a crise financeira. O presidente Obama anunciou no dia 18 que, sob promoção do governo norte-americano, os EUA e investidores internacionais vão estudar a criação de um fundo de crédito do hemisfério ocidental com capital inicial de US$ 100 milhões a fim de ajudar as pequenas e médias empresas a superar a crise financeira. Os analistas apontaram que esta medida demonstra o desejo dos EUA de estabelecer as relações de cooperações de igualdade com os países latino-americanos.
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