O documento oficial, publicado antes da abertura da cúpula, pondera que os líderes ou representantes dos 34 membros da Organização dos Estados Americanos (OEA) vão realizar consultas em torno do tema "prosperidade do ser humano, segurança energética e sustentabilidade ambiental". Os participantes esperam aprimorar a situação de segurança e bem-estar dos povos americanos por meio de políticas sociais, econômicas e ambientais, promover o desenvolvimento e combater a pobreza a fim de concretizar a segurança energética e o desenvolvimento sustentável. O primeiro-ministro de Trinidad e Tobago, anfitrião do evento, Patrick Manning, afirmou que, diante da crise financeira mundial, nenhum país pode enfrentar os desafios de maneira isolada. A resposta conjunta dos diversos países à crise econômica deve ser um ponto focal na cúpula.

Nos cinco últimos anos, o desenvolvimento econômico dos países da América Latina experimentou um crescimento acelerado, tirando milhões de pessoas da pobreza. No entanto, a crise financeira, que começou em 2008, trouxe grandes impactos à região, causando a redução do consumo regional, a queda dos preços internacionais das commodities e a forte desaceleração do crescimento econômico. De acordo com um relatório, cada redução de um ponto percentual no PIB da América Latina significa que 15 milhões de pessoas vão voltar à pobreza.

No contexto da recessão global, o presidente norte-americano Barack Obama assinou recentemente um vultoso pacote de estímulo à economia. A tendência de ressurgimento do protecionismo comercial despertou insatisfação em muitos países, especialmente as nações latino-americanas, cujas economias dependem estreitamente dos EUA. Os analistas assinalaram que, nesta cúpula, os líderes latino-americanos vão exigir firmemente de Obama uma reforma da política econômica e do sistema financeiro dos EUA, o reforço do monitoramento do mercado de finanças, a adoção de medidas eficientes para impedir protecionismo comercial e o aumento das importações da América Latina.

Os EUA sempre consideraram a América Latina como seu "quintal". Porém, nos últimos dez anos, por motivos diversos, a influência norte-americana na região tem-se reduzido gradualmente. De acordo com Jeffrey Davidow, enviado da Casa Branca para a Cúpula dos Países Americanos, durante a conferência, o presidente Obama vai trocar ideias de igual para igual com os líderes latino-americanos e ouvir suas opiniões sobre assuntos regionais e internacionais. Para Washington, esta cúpula será um novo ponto de partida para a melhoria das relações com a América Latina. Os EUA também esperam que a questão com Cuba não se torne um obstáculo no processo.

Às vésperas da Cúpula dos Países Americanos, Obama anunciou a suspensão das restrições sobre viagens e remessas a Cuba. A decisão é considerada um gesto para melhorar os laços com Cuba e outros países latino-americanos. Porém, os líderes de diversos países da América Latina, entre eles os presidentes da Venezuela e da Bolívia, Hugo Chavez e Evo Morales, declararam que exigirão mais uma vez o fim do embargo norte-americano a Cuba. Segundo o secretário-geral da Organização dos Estados Americanos, José Miguel Insulza, todas as nações da América Latina e do Caribe estão na expectativa de que os EUA alterem sua política para Cuba e tomem medidas mais eficientes sobre a questão.

Esta edição da Cúpula dos Países Americanos será realizada no contexto da crise financeira e também marca a primeira visita de Obama à América Latina como presidente dos EUA.