O evento foi co-organizado pelo Fórum Econômico Mundial e pelo governo brasileiro. De acordo com o presidente do fórum, Emílio Lozoya Austin, o encontro se realiza no momento mais importante para a economia latino-americana, porque a demanda interna da região apresenta uma tendência de crescimento rápido. Os índices gerais de consumo da América Latina apresentam uma elevação constante. Certamente, a região vai atrair cada vez mais empresas e investimentos.

Entre os principais temas em pauta, estão a resposta positiva à desaceleração do crescimento econômico, o estabelecimento de contatos regionais, a elaboração de políticas públicas para o desenvolvimento sustentável e oportunidades e desafios no "desenvolvimento verde". No contexto geral da recessão mundial, o fórum vai confirmar, como focos de discussão, a solução para a crise financeira e a busca de oportunidades comerciais. O encarregado de assuntos da América Latina no Fórum Econômico Mundial, Arturo Franco, afirmou que novas situações estão surgindo no cenário econômico mundial, como o fenômeno das demissões. Com isso, a América Latina enfrenta riscos de recuo em algumas áreas importantes. De acordo com o relatório do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), 13 milhões de pessoas podem regressar à pobreza na região.

A atual crise financeira agrava a questão da volta à pobreza na América Latina. Em vista disso, os países estão dedicando maior atenção à solução da crise. Como disse o presidente do evento, Emílio Lozoya Austin, embora o Fórum Econômico Mundial sobre América Latina já esteja em sua terceira edição, esta é a primeira vez que a América Latina está sendo considerada uma parte indispensável para a solução da crise econômica global. Segundo Lozoya, apesar da maioria das economias ter sido afetada pela crise, alguns países latino-americanos ainda apresentam tendência de crescimento este ano, como Colômbia, Peru e Chile. Ele enfatizou que a região está tomando medidas para responder às dificuldades e tenta possibilitar à economia um funcionamento mais estável.

Devido à existência de margens de crescimento mesmo no contexto da crise financeira, a América Latina atrai a atenção de empresários de todo o mundo. Nos últimos anos, a taxa ocupada pelos investimentos estrangeiros da região no total mundial cresceu de 3% a 6%. Para Lozoya, apesar de a América Latina ter sido influenciada pela redução da demanda internacional e dos preços de matéria-prima, o mercado da região continua atraente, porque os consumidores latino-americanos são jovens e têm capacidade suficiente de quitar o empréstimo.

Várias personalidades políticas, empresariais e acadêmicas participam da conferência, entre eles o presidente do BID, Luis Alberto Moreno, a secretária-geral executiva da comissão da ONU para a economia latino-americana, Alicia Barcena Ibarra, assim como a vice-presidente para Assuntos Latino-americanos e do Caribe do Banco Mundial, Pamela Cox. O presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva e os presidentes da Colômbia e da República Dominicana, Alvaro Uribe e Leonel Fernandez, também compareceram ao evento. Depois do fórum, a 5ª Cúpula dos Países Americanos será realizada em Trinidad e Tobago.