A segunda cúpula financeira do Grupo dos 20 (G20) está acontecendo hoje (2) em Londres, capital britânica. No conclave, os líderes dos diversos países deliberam sobre a revitalização da economia global, reforço da supervisão financeira internacional e reforma das instituições financeiras. O diretor do Centro de Diplomacia Econômica e Estudo de Segurança do Instituto de Pesquisa sobre Questões Internacionais, Jiang Yaochun, considera que diante do agravamento da crise financeira, a economia chinesa mantém seu crescimento estável e relativamente rápido, fazendo com que a China desempenhe um importante papel na cúpula do G20 em Londres.
"Partindo da atual conjuntura econômica global, a China é a única nação com um crescimento econômico estável e sadio. A China, assim como outros países emergentes, vê sua posição ganhando destaque na economia global em termos de crescimento econômico nos últimos 10 anos. Portanto, a voz chinesa é mais ouvida nessa cimeira e ela vai desempenhar um papel ainda mais relevante."
A reforma do sistema financeiro internacional é um importante tema da cúpula. Sobre isso, a China expressou a esperança que a reforma das entidades financeiras internacionais obtenha avanços essenciais e, especialmente, aumente a representatividade e o direito à palavra dos mercados emergentes e dos países em desenvolvimento. Jiang considera que a atitude chinesa reflete os interesses globais dos países em desenvolvimento.
A reunião também focaliza o aumento de injeção de dinheiro ao Fundo Monetário Internacional (FMI). A China tem US$2 trilhões em divisas, portanto, alguns países ocidentais estão na expectativa de que a China aumente os investimentos ao FMI para ajudar as nações com dificuldade financeira. A China já deixou claro seu apoio ao aumento de injeção de fundos ao FMI, porém, em relação à dimensão desse aumento, é preciso ter em consideração a grande disparidade entre os diferentes países no que diz respeito à etapa de desenvolvimento, nível médio do Produto Interno Bruto (PIB) bem com a dependência da segurança econômica. Além disso, também é preciso refletir o equilíbrio de direitos e deveres. Jiang afirmou:
"Em relação à injeção de recursos ao FMI, é preciso considerar não apenas o valor global do PIB de um país. A China, por exemplo, tem o terceiro maior PIB do mundo, considerando o valor total, mas aparece numa posição bem abaixo em termos de PIB per capita, que é apenas US$3 mil."
A rejeição ao protecionismo comercial e de investimentos também é uma das expectativas chinesas para com esta edição da cúpula. Jiang disse:
"O protecionismo é um tumor maligno que prejudica a normalidade do comércio internacional, mesmo no período de crescimento econômico estável, criando um obstáculo fatal no momento da crise econômica. A demanda chinesa representa não apenas a posição da própria China, mas também de muitos países em desenvolvimento e de parte dos países industrializados."
Às vésperas dessa cúpula, a China está expondo claramente suas opiniões e posturas tanto na promoção da reativação econômica, como na reforma do sistema da ordem financeira internacional e na oposição ao protecionismo. Jiang disse:
"Por um lado, a China se tornou realmente poderosa. Anteriormente, na ordem financeira internacional, a posição chinesa era insignificante. Com o reforço de seu poderio econômico, é lógico que a China venha questionar a contraditória ordem financeira vigente. Por outro lado, a China é uma nação no mundo em desenvolvimento, muitos países, especialmente os em desenvolvimento, desejam que a China possa falar em nome deles."
Porém, ele acrescentou:
"Devemos estar conscientes de que ainda somos países em desenvolvimento. A nossa força econômica ainda tem grande margem de crescimento. Portanto, precisamos conduzir de forma competente as nossas próprias questões, especialmente o desenvolvimento econômico, que é mais fundamental."
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