Na 2ª Cúpula Financeira do G20 marcada para amanhã, em Londres, os líderes das principais economias mundiais e das economias emergentes vão discutir em conjunto a resposta à crise financeira global. Esta cúpula é considerada a reunião mais crucial na atual depressão da economia global. Conforme os analistas, é possível haver divergências neste encontro, mas também podem ser alcançados alguns consensos.
Na conferência, os líderes vão trocar opiniões sobre o reforço das coordenações de políticas macroeconômicas e monitoramento financeiro internacional, estímulo da recuperação econômica, estabilização do mercado de finanças internacionais, assim como reforma dos órgãos financeiros internacionais. Além disso, também serão discutidos na reunião a ajuda aos países pobres para superar a crise financeira, a prevenção do protecionismo e a garantia de uma recuperação econômica mais racional.
Para a opinião pública pondera, a busca de um pacote de estímulo à macroeconomia em coordenação global será o principal assunto da pauta entre os diversos líderes nesta cúpula. Porém, na atualidade, ainda existem muitas divergências entre EUA e os países da UE nesta questão. Os EUA esperam executar junto com os outros países o pacote de estímulo à economia de grande proporção. O conselheiro norte-americano de segurança nacional, encarregado dos assuntos econômicos internacionais, Michael Froman, revelou numa coletiva à imprensa que o presidente Barack Obama vai enfatizar na cúpula a necessidade de um grande plano de estímulo para a recuperação de economia global. No entanto, na conferência de líderes europeus concretizada recentemente, os países da UE já deixaram clara sua resistência quanto a aumentar estímulo à economia.
A premiê alemã, Angela Merkel, declarou que muitos países europeus já investiram grandes recursos financeiros para impulsionar desenvolvimento econômico. As próximas medidas poderão ser tomadas depois de observar os efeitos dos planos de estímulo à economia. Por isso, nesta conferência, EUA e UE ainda vão persistir na defesa das respectivas posições. No entanto, os analistas também apontaram que ambas as partes podem reduzir as divergências na cúpula e buscar um equilíbrio de interesses, a fim de concretizar a meta comum de recuperação econômica.
Apesar das divergências quanto ao pacote de estímulo econômico, a resposta à crise financeira ainda é prioridade. Para cumprir a meta de recuperação de economia mundial, alguns consensos podem ser alcançados nesta cúpula.
Primeiro, quanto à tendência de aparecimento de protecionismo financeiro e econômico em alguns países, os líderes participantes vão manifestar oposição firme sobre isso, conclamam a promoção contínua das negociações da rodada de Doha.
Segundo, os participantes da conferência também prometerão apoiar os países pobres e ajudá-los a superar as dificuldades. O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, frisou especialmente o reforço da assistência aos países em desenvolvimento numa carta ao líder da cúpula.
Além disso, no tocante à reforma de órgãos financeiros internacionais, os participantes da reunião vão discutir principalmente o aumento do capital do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial e o fortalecimento das funções dessas entidades no monitoramento e no sistema de alerta aos riscos de finanças globais. Também pode haver consensos sobre a posição dos países em desenvolvimento nos assuntos políticos e econômicos internacionais, evolução dos mercados emergentes e reforço de representatividade e do direito à palavra das nações em desenvolvimento.
A Cúpula Financeira do G20 transmitirá ao exterior alguns sinais positivos: os líderes dos países que ocupam 85% do PIB mundial estão se unindo para tomar as medidas necessárias para prevenir a recessão econômica global; já existe uma viabilidade real de terminar o quadro financeiro e o sistema de finanças liderado pelos EUA desde a Segunda Guerra Mundial; é possível elevar a posição dos países em desenvolvimento no sistema de coordenação econômica internacional, marcando o surgimento de um novo equilíbrio no diálogo político internacional.
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