A 50ª conferência anual do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) realizada entre 27 e 31 deste mês em Medellín, na Colômbia, contou com a primeira participação da China na qualidade de membro oficial. À frente da delegação chinesa, o presidente do Banco Popular da China, Zhou Xiaochuan, fez um discurso como conselheiro na ocasião. Ouça agora a reportagem sobre o tema.
Esta edição da conferência anual foi convocada no contexto de expansão constante da crise financeira. Zhou Xiaochuan apontou na entrevista que os órgãos financeiros dos diversos países devem fortalecer as cooperações internacionais e responder em conjunto à crise.
"A conferência tem a característica de estar ocorrendo no auge da crise financeira. Portanto, a maneira como os países de mercados emergentes e em desenvolvimento respondem aos impactos da crise financeira por meio de ações mútuas já se torna um tema muito importante."
No discurso feito na conferência de ontem, Zhou Xiaochuan elogiou as contribuições do BID na impulsão de eliminação de pobreza e de evolução econômica e social na América Latina e no Caribe. Ele também declarou que a China quer responder junto com os outros países membros à crise financeira a fim de promover o desenvolvimento sustentável de economia e sociedade das regiões.
A primeira participação da China na conferência na qualidade de membro oficial e o discurso de Zhou Xiaochuan foram saudados pelas diversas partes. Um dos 14 membros do Conselho de Administração do BID, Winston Cox, assinalou na entrevista à CRI:
"Estou muito contente com a participação da China no BID. Esperávamos por isso há muito tempo, e temos feito muitos esforços. O nosso país (Barbados) apoia firmemente a incorporação da China, porque os dois países são membros do Banco Caribenho de Desenvolvimento."
Um analista aponta que a participação da China no BID vai desempenhar um papel positivo em impulsionar comércio bilateral e ampliar áreas cooperativas, e favorece aos benefícios mútuos das duas partes. O coordenador do assunto internacional do Ministério de Finanças de Chile, Raul Eduardo Saez, declarou que:
"Para o BID, a incorporação da China como país membro é um passo importante no desenvolvimento da entidade. A China tem grande importância para a evolução econômica da região latino-americana, especialmente no setor de comércio exterior. Apesar de não pertencer à América Latina e Caribe, a China é um importante parceiro cooperativo e sua entrada no BID vai ampliar ainda mais a influência na região."
Por causa dos impactos da crise financeira à América Latina e ao Caribe, para o BID que dá sempre muita atenção à construção de infra-estrutura da região, adoção ou não a medida de aumentar capitais para responder aos impactos da crise financeira é muito importante, e também se torna o tema principal de discussão nesta conferência anual. Para isso, o ex-chefe do BID e também o secretário-geral da Cúpula Ibero-Americana, Enrique Iglesias disse:
"Acho que a participação da China favorece o aumento de circulação dos investimentos dos países latino-americanos. A China vai se tornar nosso parceiro neste aspecto (aumento de capitais)."
Antes da convocação da reunião, um conselho organizado por diversos economistas mundiais entregou ao BID um relatório, sugerindo aumentar seus capitais dos atuais US$ 100 para 280 bilhões. Os participantes da reunião avaliaram a proposta.
O BID, fundado há 50 anos, tem sede em Washington, capital dos EUA. A entidade dedica-se principalmente ao impulso do desenvolvimento econômico e social da região latino-americana por meio do fornecimento de empréstimos e assistência tecnológica.
Na 50ª conferência anual do BID, que termina hoje, os participantes vão discutir a atual conjuntura econômica da região e a perspectiva de desenvolvimento.
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