O porta-voz da chancelaria chinesa, Ma Zhaoxu, voltou a rejeitar a acusação norte-americana de que barcos chineses "provocaram" um navio de investigação dos EUA, dizendo que a acusação vai contra o fato e não é aceitável pela China. Então, qual é a realidade do incidente e qual é a natureza do barco norte-americano envolvido? Meng Xiangqing, professor da Faculdade de Relações Internacionais da Universidade da Defesa Nacional, fala sobre o assunto durante uma entrevista à Rádio Internacional da China.
A Casa Branca, o Departamento e o Pentágono acusaram, no dia 9, barcos chineses, incluindo um navio militar, de "molestar" o navio americano, Impeccable , em águas internacionais no dia 8.
A declaração de Washington alegou que o Impeccable é um barco de investigação, mas Meng Xiangqing considera que é um navio espião.
"O website da Marinha norte-americana afirma que o Impeccable é um dos cinco navios de vigilância que oferecem suporte tecnológico ao Pentágono e outros departamentos governamentais dos EUA. A imprensa norte-americana também noticiou que trata-se de um navio espião, o que é um segredo público. No Impeccable foram instalados sistemas de sonar de baixa freqüência para interceptar paradeiro de submarinos. O navio é usado para apoiar operações anti-submarino e é de natureza militar."
Os EUA também reiteraram que o Impeccable realizou atividades normais em águas internacionais. Mas, de fato, o navio ficava a uma distância de 120 quilômetros da ilha chinesa de Hainan, até mais perto do que o arquipélago Xisha, quando o incidente ocorreu. O lugar é de zona econômica exclusiva da China. Meng Xiangqing explicou:
"O navio espião da Marinha norte-americana chegou à zona econômica exclusiva da China. Conforme a Convenção das Nações Unidas sobre a Lei Marítima, a Lei da República Popular da China sobre a Zona Econômica Exclusiva e a Prateleira Continental e as Regras da República Popular da China sobre a Administração de Estudos Científicos Marítimos Estrangeiros, navios de natureza militar podem passar pela zona econômica exclusiva de um país, mas a passagem deve ser inofensiva. A passagem inofensiva significa ser autorizada pelo país relacionado e não conduzir atividades. É óbvio que o navio norte-americano violou as regras. Ele não nos comunicou sobre a passagem e realizou atividades na zona. Por isso, a ação violou leis internacionais e chinesas e a afirmação norte-americana não tem fundamento."
O especialista também comentou que a ação norte-americana é uma amostra do pensamento de "Guerra Fria" e vem contra a tendência de combate conjunto à crise financeira entre a China e os EUA.
"Algumas personalidades militares dos EUA têm tomado a China como um rival potencial. Isso faz nos lembrar do pensamento de 'Guerra Fria', que já é antiquado agora. Após a posse de Barack Obama, o desejo dos EUA de cooperar com a China para responder à crise financeira já ficou muito claro."
Embora a ação dos EUA seja inaceitável, o incidente não influenciará a situação geral do desenvolvimento das relações sino-americanas. Meng disse:
"As cooperações bilaterais correspondem aos interesses não apenas dos dois países, como também da região Ásia-Pacífico e do mundo inteiro, diante da crise financeira global."
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