O chanceler chinês Yang Jiechi afirmou hoje (7) na coletiva à imprensa realizada à margem da 2ª sessão da 11ª Assembléia Popular Nacional, (APN) que a China quer esforçar-se junto com os diversos países para enfrentar a crise financeira internacional.
No ano passado, uma crise financeira varreu todo o globo. Apesar de não ficar no centro da tempestade, o status da economia chinesa, que responde por mais de 6% da economia mundial e por mais de 20% das contribuições para o crescimento da mesma, atraiu a atenção do mundo. No contexto da globalização, o governo chinês tem indicado o crescimento econômico como sua maior prioridade e nesta situação, como os trabalhos diplomáticos da China enfrentam os desafios da crise financeira global? O premiê chinês Wen Jiabao deu uma resposta clara no relatório do trabalho do governo deste ano: reforçar o intercâmbio amistoso com o exterior e criar um ambiente exterior favorável ao desenvolvimento estável e rápido da economia nacional. Ele ainda afirmou que o governo e povo chineses estão dispostos a enfrentar, junto com os diversos governos e povos do mundo, os riscos e desafios e compartilhar com eles as oportunidades de desenvolvimento.
"Continuaremos a aprofundar as cooperações pragmáticas com as diversas partes para controlar a expansão da atual crise, promover a reforma do sistema financeiro internacional, opor-se ao protecionismo de comércio e investimento e promover a ressurreição da economia mundial."
Na coletiva à imprensa realizada hoje (7), o chanceler chinês, Yang Jiechi detalhou as prioridades dos trabalhos diplomáticos para este ano.
"Vamos prestar os serviços para garantir o desenvolvimento estável e rápido da economia nacional, concretamente dito, prestamos os melhores serviços para garantir o aumento econômico, a vida da população e estabilidade, medidas adotadas pelo governo em resposta à atual crise, e faremos os preparativos para a participação de dirigentes chineses nas importantes conferências multilaterais internacionais como a cúpula financeira a ser realizada em Londres."
De fato, a China começou cedo a apelar a cooperação internacional para enfrentar a crise financeira. Desde novembro de 2008 até janeiro deste ano, o presidente chinês Hu Jintao, o premiê Wen Jiabao e o vice-presidente Xi Jinping transmitiram em suas viagens aos EUA e países da Ásia, África, Europa e América Latina, uma mensagem ao mundo: a China quer promover a cooperação internacional para enfrentar, junto com outros países, a crise financeira internacional. As práticas da China têm demonstrado ao mundo que a China não apenas sustenta pela cooperação internacional, como também põe em prática seu conceito.
É de notar que ao apelar a cooperação internacional, a China dá grande importância aos interesses dos países do terceiro mundo. O presidente chinês Hu Jintao destacou, na Cúpula do G20 de Washington, que a comunidade internacional, especialmente os países desenvolvidos, deve adotar medidas para ajudar as nações em desenvolvimento, especialmente os países africanos na superação de suas dificuldades causadas pela crise. Ele garantiu que a China desempenhará seu papel positivo neste aspecto.
"A China continuará a promover a criação de um sistema de economia mundial sustentável, um sistema financeiro internacional abrangente e ordenado, um sistema comercial internacional justo e razoável, um sistema de desenvolvimento global equitativo e eficiente e levar em consideração os interesses legítimos dos parceiros de cooperação, especialmente os países em desenvolvimento, enquanto busca seu próprio desenvolvimento."
Nas ações diplomáticas adotadas em resposta à atual crise, a China se opõe ao protecionismo comercial e após a visita do premiê Wen Jiabao à Europa, uma missão de compra chefiada pelo ministro do Comércio Chen Deming visitou a Europa, firmando uma encomenda no valor de US$15 bilhões.
Ao fazer comentário sobre as medidas adotadas pelo governo chinês, o embaixador brasileiro na China, Clodoaldo Hugueney, considerou:
"Esta política diplomática é muito importante sob o contexto da crise financeira global. Tomamos o Brasil como exemplo. Sendo país em desenvolvimento, estamos a dispostos a realizar cooperações com a China em diversos aspectos. De fato, além dos interesses comuns na área econômica e comercial, a China e o Brasil ainda possuem mesma posição em muitos problemas internacionais, tais como a promoção da reforma do sistema financeiro internacional, processo de negociações da Rodada de Doha, oposição ao protecionismo etc.."
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