O Conselho Brasil-China em São Paulo avalia que o Brasil ganhará menos este ano com as exportações para a China, apesar de que os volumes de soja e petróleo enviados para o país asiático vão se manter constantes.
O conselho parte da premissa que as exportações serão prejudicadas apenas pela queda de preços, enquanto o do minério pode subir 10% graças ao pacote de estímulo fiscal chinês.
"O comércio bilateral vai cair inevitavelmente. Vamos enfrentar uma redução substancial em valor com a queda dos preços das matérias-primas, mas o volume dificilmente será afetado", disse o secretário-executivo do Conselho Brasil-China, Rodrigo Tavares Maciel.
A desaceleração da economia chinesa pode significar uma perda para o Brasil de cerca de U$ 1,5 bilhão em exportações de soja, minério de ferro e petróleo.
Em janeiro, as exportações de commodities impediram que a balança se deteriorasse mais: o mês fechou com déficit de US$ 518 milhões, o primeiro desde março de 2001.
Segundo uma estimativa do conselho, as exportações brasileiras para a China de soja, minério de ferro e petróleo deverão cair para US$ 11,2 bilhões em 2009, o que significa uma queda de 12%.
As matérias-primas representam 77% das exportações brasileiras para a China e as projeções apontam para uma quebra de 19,4% na soja, de 46,4% no petróleo e uma subida de 13,7% no minério de ferro.
As exportações brasileiras para a China vinham subindo a um ritmo acelerado.
As de soja passaram de US$ 1,3 bilhão em 2003 para US$ 5,3 bilhões em 2008.
As de minério de ferro subiram de US$ 765 bilhões de dólares para US$ 4,9 bilhões no mesmo período.
E o petróleo, que não aparecia entre os principais produtos em 2003, rendeu US$ 1,7 bilhão em 2008.
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