Segundo os dados divulgados ontem (10) pela Administração Nacional de Estatísticas da China, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da China aumentou 1,0% em relação ao mesmo período do ano anterior, uma desaceleração pelo nono mês. Ao mesmo tempo, o Índice de Preços ao Produtor (IPP) caiu 3,3%, com a taxa de diminuição continuando em incremento. De acordo com especialistas, as cifras mostram a intensificação da pressão assimétrica da economia chinesa, mas isso não levará a uma deflação a ver em todo o ano.
Conforme as estatísticas, os preços de alimentos da China aumentaram 4,2% em janeiro, principalmente devido à expansão do consumo durante a tradicional Festa da Primavera. Para o vice-diretor do Instituto de Finanças e Valores da Universidade Popular da China, Zhao Xijun, o número corresponde à previsão inicial:
"Tivemos a Festa da Primavera em janeiro e o consumo foi mais ativo, suportando o incremento dos preços. Por exemplo, os preços de alimentos aumentaram 4,2%, o que mostra maior consumo em produtos alimentares da população. Isso se atribui à Festa da Primavera."
Para especialistas, o ritmo de aumento do IPC pode continuar em declínio e vai se manter em um nível relativamente baixo na primeira metade deste ano. O indicador pode ter sua primeira queda desde dezembro de 2002, em fevereiro.
Os dados divulgados também incluem o Índice de Preços ao Produtor, que teve uma redução de 3,3% em comparação com o mesmo período do ano passado, 2,2 pontos percentuais a mais que a cifra do mês anterior. Para Zhao Xijun, isso reflete que o impacto causado pela crise financeira global às empresas chinesas é ainda maior do que previsto.
"Os preços dos produtos massivos no mercado internacional, incluindo energia e matérias-primas, registraram queda e os gastos de produtos importados pelo país também se reduziram, o que resultou na queda dos preços dos produtores. Além disso, com a influência da crise financeira, os produtos não possuem um mercado satisfatório e, conseqüentemente, seus preços baixaram. De modo geral, o ritmo acelerado da queda do IPP reflete que os impactos às empresas são consideráveis."
Apesar de alguns bons sinais da economia chinesa, a desaceleração do IPC e IPP impõe pressão deflacionária ao país. Sobre isso, Zhao disse que, a julgar pelos dados financeiros e a circulação monetária, não existe um risco deflacionário atualmente.
"Segundo os dados financeiros, o empréstimo da China em dezembro e em janeiro foi grande. A julgar pela circulação monetária, a garantia do banco central e do país é suficiente e o meio de crédito continua relaxado, motivo pelo qual não vemos um risco de deflação atualmente."
De acordo com especialistas, as políticas macroeconômicas podem surtir efeitos notáveis seis meses depois de sua adoção e os efeitos do pacote de quatro trilhões de yuans do governo chinês podem ser vistos daqui a algum tempo. Os esforços do governo de ampliar o investimento e estimular a economia vão levar ao aumento de encomendas para as empresas.
As dificuldades da economia e a desaceleração do ritmo do crescimento constituem uma boa oportunidade para o reajuste estrutural e a transformação industrial. O ponto crucial é elevar a qualidade da economia chinesa, o que o país ainda tem muito por fazer.
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