A seca contínua no norte da China já atinge 10 milhões de hectares de plantações. A China anunciou ontem (5) a adoção do alerta vermelho contra a seca, a categoria mais alta do mecanismo emergencial de resposta à calamidade.
Esforços estão sendo feitos em diversas regiões para aliviar as consequências da seca. Especialistas prevêem que a falta de chuvas vai influenciar a safra de verão, mas não terá um impacto significativo sobre a segurança alimentar do país.
No momento, 12 províncias do norte da China registram baixa precipitação e alta temperatura. O diretor do Departamento de Previsão do Centro Nacional de Meteorologia, Zhang Peiqun, afirmou:
"A área afetada pela seca é muito extensa e as influências da calamidade são consideráveis. A precipitação permanece baixa e o número de dias sem chuva é grande. A precipitação média está entre 50% e 80% menor que o volume dos anos anteriores."
Além de elevar a categoria do alerta, o governo chinês liberou mais 300 milhões de yuans para as zonas atingidas e ordenou que as autoridades locais reforcem o combate à seca para garantir a safra de verão.
A província de Henan, principal produtor de cereais de verão na China, está adotando todas as medidas cabíveis. Todos os equipamentos disponíveis na província foram enviados para irrigar 4,7 milhões de hectares de trigo em 10 dias. O agricultor Yang Baohua disse:
"Não há previsão de chuva para os próximos dias. Temos de aproveitar cada minuto para irrigar o trigo mais uma vez e assegurar uma boa colheita mesmo em ano de seca."
No norte da província de Anhui, mais de 1,6 milhão de hectares de trigo foi afetado pela seca, o equivalente a 70% da área total de produção. Anhui já disponibilizou mais de 100 milhões de quilowatts-hora e energia elétrica para ajudar no combate à calamidade. A província também liberou 300 milhões de yuans em subsídio aos agricultores na compra de materiais contra a seca. O vice-secretário-geral do governo de Anhui, Cheng Zhongcai, assinalou:
"A província já concluiu a irrigação de um milhão de hectares de cereais para combater a seca e proteger as mudas, 59,2% da área afetada."
Certas entidades têm manifestado preocupação quanto aos riscos que a seca no norte da China pode trazer à segurança alimentar do país. Li Guoxiang, especialista do Instituto do Desenvolvimento Rural da Academia Chinesa de Ciências Sociais, comentou que a seca não vai abalar a base da segurança alimentar nacional.
"Primeiro, os esforços no combate à seca vão minimizar o impacto da calamidade sobre a produção de cereais. Segundo, a proporção de cereais de verão não é muito grande na produção total do país. Terceiro, a China registrou boa colheita nos últimos cinco anos, o que criou uma base sólida para a segurança alimentar."
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