O primeiro-ministro Wen Jiabao terminou ontem (3) sua visita oficial à Suiça, Alemanha, Espanha, Reino Unido e à sede da União Européia (UE). Para Xing Hua, diretor do Centro de Pesquisa sobre UE, do Instituto das Questões Internacionais da China, a "viagem de confiança" efetuada pelo Wen Jiabao, fomentou a confiança para que a China e a Europa enfrentem a crise financeira e impulsionem sua plena parceria estratégica. Ouça a reportagem:

A chancelaria chinesa denominou a visita de Wen à Europa "uma viagem de confiança". Durante seu giro, Wen Jiabao destacou em várias ocasiões o papel da "confiança" para superar a crise financeira, além de apresentar uma série de medidas para impulsionar as relações sino-europeias. Quanto ao resultado da viagem de Wen, Xing Hua disse:

"A visita de Wen Jiabao à Europa obteve pleno sucesso ao aumentar a confiança de três áreas. Ela permitiu aos europeus perceberem a confiança da China em superar a atual crise financeira e incrementou a confiança da comunidade internacional de se unir e se ajudar para enfrentar as dificuldades, além de favorecer o fortalecimento da parceria estratégica sino-europeia".

A crise financeira internacional trouxe ao mundo desafios sem precedentes. Durante a viagem do premiê chinês, a China e a Europa chegaram ao consenso de que o fortalecimento da cooperação constitui a tarefa prioritária de duas partes. Para Xing Hua, a China e a Europa devem desenvolver plenas cooperações para enfrentar a atual crise.

"A China e a Europa têm amplos interesses comuns neste aspecto. A Europa mantém alta expectativa com a China, enquanto a China quer trocar experiências com a Europa. Nas conferências internacionais, a China e a Europa podem impulsionar suas cooperações para resistir ao proteccionismo comercial. Em relação ao comércio entre a China e a Europa, gostaria de tomar como exemplo o comunicado conjunto divulgado pela China e pela Alemanha, países que elaboraram medidas concretas para incrementar o investimento mútuo. A China vai enviar a delegação de aquisição à Europa para comprar equipamentos e produtos avançados, para reduzir o superávit comercial da China com a UE".

A evolução da relação sino-européia sofreu obstáculos devido ao encontro realizado entre o presidente francês, Nicolas Sarkozy, e Dalai Lama, o que provocou o adiamento da reunião anual entre líderes chineses e europeus. Durante a visita de Wen, autoridades chinesas e européias concordaram em promover, em abril deste ano, o segundo diálogo comercial China-Europa e retomar o encontro anual de alto nível neste ano. As duas partes expressaram também a vontade de reforçar as cooperações pragmáticas e aperfeiçoar a parceria estratégica, partindo do ponto de vista global e estratégico. Xing Hua comentou o assunto.

"Apesar do revés ocorrido no ano passado, as relações sino-européias mantêm sua base consolidada, pois a China e a Europa possuem mecanismos eficazes para a realização de diálogos, consultas e cooperações".

Para o especialista chinês, as relações sino-européias já superaram seu sentido bilateral e têm um significado estratégico global.

"A China e a Europa sustentam a administração global de forma multilateral. O reforço da parceria estratégica sino-européia tem muita importância para o tratamento ativo e justo dos assuntos internacionais. Mas os dois lados mantêm a diferença entre o regime social e conceito de valores. A resolução adequada de suas divergências servirá como um positivo exemplo para o mundo tratar as relações internacionais".