Afetadas pela crise financeira internacional, algumas empresas ou fábricas litorâneas da China voltadas para exportação faliram ou suspenderam de produção. A partir do final do ano passado, muitos trabalhadores que haviam migrado da zona rural para a cidade voltaram a sua terra natal depois de perder o emprego. Diante disso, os governos locais adotaram medidas para ajudá-los a encontrar um novo trabalho em sua terra natal.
O Sr. Zhang, da província de Sichuan, trabalhava numa fábrica de produtos eletrônicos na cidade sulista de Shenzhen. De volta à terra natal, foi procurar emprego num mercado de recursos humanos de um bairro de Chengdu, capital provincial, mas a falta de um trabalho ideal para ele deixou-o indeciso. O Sr. Huang, um dos responsáveis do mercado explicou:
"Na cidade de Chengdu, a economia está baseada no setor de serviços, por isso é muito difícil encontrar emprego em fábricas de produtos eletrônicos. Para encontrar um emprego em sua terra natal é preciso, antes de tudo, mudar sua antiga forma de pensar. Em tempos de crise financeira, você deve primeiro encontrar um trabalho para resolver a questão de alimentação. Depois, com o passar do tempo, encontrar um trabalho adequado".
A China possui 220 milhões de trabalhadores rurais. Destes, 130 milhões migraram do campo para as cidades. A crise financeira está fazendo muitos perderem o emprego e voltar para sua terra natal. A questão já preocupa a alta liderança do país. O governo chinês lançou uma série de medidas para facilitar o reemprego desses trabalhadores. As medidas abrangem a facilitação de empréstimos bancários e registros nos setores industrial e comercial, além da diminuição de impostos. Além disso, os órgãos locais conhecem a tempo a situação e as necessidades dos trabalhadores regressados, e oferecem financiamento aos que querem abrir um negócio.
Como principal origem dos trabalhadores migrantes, a província de Sichuan recebeu até o final de 2008 cerca de um milhão de trabalhadores regressados. A maioria trabalhava nos setores de construção, transformação, manufatura e serviços.
Leng Rongzhong, chefe do Gabinete de Desenvolvimento de Mão-de-obra e Trabalhadores Rurais da Província de Sichuan, afirmou que as autoridades provinciais competentes registram todos os trabalhadores regressados que não encontraram emprego dentro de três meses, a fim de ajudá-los a encontrar um novo trabalho.
"Primeiro, a mão-de-obra foi destinada à reconstrução pós-terremoto. Neste aspecto, o governo local oferece plataforma e informações; segundo, proporciona certa assistência para os desempregados de famílias mais pobres; terceiro, ajuda os trabalhadores que voltaram a terra natal a abrir negócios, através de uma série de medidas preferenciais, inclusive pequena quantia de empréstimos."
Em outras províncias de grande saída de trabalhadores migrantes, como Hebei, Henan e Anhui, os governos locais promoveram cursos de formação em uso de computadores e confecção de roupas e sapatos.
Numa escola de engenharia da cidade de Fuyang, na província de Anhui, o Sr. Jian Hongbo está aprendendo soldagem com um instrutor. Ele voltou de uma fábrica de confecções de Shanghai gravemente afetada pela crise financeira e queria dominar outra técnica.
"Se alguém dominar certas técnicas, pode sobreviver em qualquer local".
Segundo responsável do Ministério de Recursos Humanos e Previdência Social da China, após a Festa da Primavera, os trabalhadores vão receber um cartão contendo informações sobre busca de emprego, trabalhos na cidade e defesa dos direitos e interesses dos trabalhadores, além de meios de contato com os órgãos encarregados do emprego dos trabalhadores migrantes, com a finalidade de ajudá-los na busca de trabalho.
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