A capacidade de investimento no exterior de empresas chinesas vem aumentando, assim como a qualidade de seus produtos. Ao mesmo tempo, é preciso acumular experiências ao operar em outros países e investir na adaptação a uma nova cultura.
Ao conceder entrevista à Rádio Internacional da China, o diretor dos Assuntos Econômicos Bilaterais do Departamento de Relações Econômicas da chancelaria chilena, Andrés Rebolledo Smitmans, disse que os investimentos de empresas chinesas em ultramar estão sendo reforçados e que, a cada dia, mais consumidores passam a gostar dos produtos chineses. Ele também expressou a expectativa de que mais empresas chinesas vão investir no Chile.
"A população do Chile é pequena, só de 16 milhões de habitantes, e o mercado do país é limitado. No entanto, os parceiros comerciais do Chile estão espalhados em todo o mundo. O país já tem 19 acordos comerciais com 55 países, e os produtos chineses podem entrar em todos os lugares da América Latina por meio do Chile."
Andrés disse que o Chile, não apenas tem recursos naturais abundantes, como também é um país com sistemas completos políticos e judiciários. Existe um grande espaço para o investimento de empresas chinesas no país latino-americano. Ele também aconselhou às empresas chinesas que adotem o Chile como porta de entrada para explorar o mercado da região.
"Queria sublinhar que o Chile tem acordos de livre comércio com todos os países latino-americanos e mantém boas relações comerciais com os países membros do Mercosul , as nações dos Andes, América Central, assim como os EUA e a Europa. O Chile é um país com baixos impostos. As empresas chinesas podem ter o Chile como porta de entrada para sua exploração no mercado latino-americano."
Atualmente, empresas chinesas de minério, maquinário, vestuário e informação, têm investimentos ou estabeleceram representações no Chile. Apesar de não serem grandes, essas empresas mantêm boas relações com os governos e empregados locais. O fato de Andrés encorajar empresários chineses a investir em seu país também se atribui ao bom desempenho das empresas.
A empresa de telecomunicações ZTE começou a operar no Chile em 2004. Durante apenas quatro anos, os produtos e serviços da companhia já foram reconhecidos e acolhidos pelos consumidores locais. O diretor do escritório da ZTE no Chile, Zheng Libo, expressou sua confiança no futuro desenvolvimento da empresa no exterior:
"A ZTE tem recursos humanos abundantes e os empregados são muito empreendedores. Por isso, a velocidade do desenvolvimento e as funções de nossos produtos são, muitas vezes, melhores do que os de empresas ocidentais. Se fizermos a mesma coisa no mesmo tempo, temos a confiança de fazer melhor do que eles. De fato, muitas situações foram assim."
A embaixadora chinesa no Chile, Liu Yuqin, disse a nossos correspondentes que, com o desenvolvimento da economia chinesa e a ampliação dos contatos econômicos internacionais, aumenta a demanda do país em investir em outros continentes. Mas, as empresas chinesas também enfrentam dificuldades para abrir um negócio no exterior: problemas com o idioma, barreiras culturais e diferenças jurídicas. A embaixadora sugere que as empresas chinesas melhorem sua adaptação ao investir em outros países.
"O tempo de saída de empresas chinesas para o exterior não é muito longo. Muito provavelmente, elas se acostumavam a desenvolver relações com os governos locais para conseguir empreitadas. Porém, no Chile, um país com sistema jurídico completo, as empreiteiras são decididas por concursos e o processo é todo transparente. É impossível conseguir empreitadas por meio de governo."
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