Para ajudar a economia do bloco no impacto da crise financeira, a União Européia (UE) elaborou, há um mês, um pacote de estímulo à economia de 200 bilhões de euros, mas obteve poucos resultados até agora. Segundo os últimos dados estatísticos, a economia da Zona do Euro e economia geral da UE vão sofrer grande redução e a tendência de recessão não pode melhorar a curto prazo.
O último relatório econômico, publicado pela Comissão Européia no dia 19, mostra que, devido à crise financeira, a economia da Zona do Euro e da UE sofreu uma queda de 1,9% e 1,8%, respectivamente. Ao mesmo tempo, o índice de desemprego da Zona do Euro aumentou de 7,5% para 9,3% e deve atingir 10% no próximo ano. Todos estes dados mostram que o pacote de socorro ao mercado da UE não teve efeito evidente como era previsto.
A economia da Zona do Euro teve a primeira recessão na história, no 3º trimestre do ano passado, por causa da crise financeira internacional. A UE mudou o ponto-chave do pacote de socorro ao mercado de enfrentamento da crise financeira para socorro à economia do bloco, e aprovou, em Dezembro de 2008, o pacote de estímulo à economia de 200 bilhões de euros. Mas tudo mostra que o pacote não surtiu o efeito previsto, porque foi produto de transigência. Dos 200 bilhões de euros, a UE só oferece 30 bilhões e os países membros da organização têm que oferecer o resto, por isso, a "ação coordenada", mencionada no pacote, está a falta de base material. De fato, os países da UE elaboraram suas próprias medidas de estímulo à economia e a UE tentou dar mais conveniência ao socorro do mercado destes países, mas a situação real não melhorou, pois alguns países com dificuldades financeiras não podem satisfazer os pedidos do pacote. O mais importante é que o pacote não apresente as medidas de ampliação financeira, como o aumento da despesa pública e a redução de impostos e juros, para estimular a economia.
Quanto ao aumento da despesa pública, o pacote já tem efeito negativo. Segundo o Acordo de Estabilidade e Aumento da UE, o nível de déficit financeiro dos países deve ficar abaixo de 3%, mas, de acordo com as previsões, este ano, o índice vai crescer de 2% para 4,5% e 12 dos 27 países membros terão índice de déficit acima de 3%. A conferência mensal dos ministros das Finanças da EU, no último dia 20, também não resolveu as divergências entre os países membros e somente mostra que vai reforçar a coordenação sobre o problema do déficit.
Sobre a redução de impostos, a intenção da UE é elevar a capacidade de compra das pessoas, através da redução dos impostos e estimulo ao consumo doméstico. Mas, reduzir impostos significa diminuir o rendimento do governo e piora ainda mais o grave déficit financeiro.
A redução dos juros é para reativar o crescimento econômico. O Banco Central Europeu já reduziu quatro vezes o índice de juros e a recente avaliação da pressão da inflação na Zona do Euro também ofereceu mais espaço à redução dos juros do Banco Central Europeu. Mas, como a redução de juros ainda não obteve resultados, o mercado financeiro europeu ainda têm problemas, como a falta da demanda doméstica, para resolver.
Além disso, a queda da demanda externa, causada pela desaceleração econômica mundial, ameaça à exportação da UE, um dos mais importantes pilares da economia européia.
Por isso, o pacote de estímulo à economia da UE tem poucos efeitos a curto prazo e a organização ainda não encontrou a solução deste problema. O presidente do Grupo de Euro, Jean-Claude Juncker, advertiu que a economia da UE ainda terá uma "fase difícil de dois anos" e pode voltar á normalidade em 2011 e 2012.
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