O cessar-fogo na Faixa de Gaza obteve importantes avanços ontem (18). Segundo a atual tendência das diversas partes, se a Palestina e Israel mantiverem a moderação, a situação vai melhorar na Faixa de Gaza e adjacências.

Depois do cessar-fogo unilateral de Israel a partir das 2h de ontem (horário local), a situação na região foi basicamente calma. Mas o número de foguetes e morteiros lançados pela organização armada palestina contra o território israelense ainda ultrapassou 10. Na mesma manhã, a primeira troca de tiros entre israelenses e palestinos no norte da Faixa de Gaza desde o cessar-fogo unilateral deixou um morto e um ferido. Ao mesmo tempo, os líderes militares e políticos israelenses fizeram discursos para mostrar sua atenção aos ataques e sublinharam a fragilidade do cessar-fogo em Gaza. Eles ainda afirmaram que se reservam o direito de reagir aos ataques do Hamas e de reforçar a ofensiva contra a organização quando necessário. Atualmente, a tendência da situação em Gaza ainda não está clara.

Na mesa tarde, um dos representantes das negociações do cessar-fogo do Hamas, Ayman Taha, anunciou no Cairo o cessar-fogo de uma semana e pediu a retirada das tropas israelenses da Faixa de Gaza neste período, a abertura completa das fronteiras e a entrada dos materiais de resgate para satisfazer as necessidades básicas da população local. No mesmo dia, o vice-presidente do braço político do Hamas, em exílio na Síria, Mussa Abu Marzuq, anunciou que a organização está se preparando para receber o resultado da mediação para chegar a um acordo de cessar-fogo que corresponda aos pedidos do Hamas e ponha um fim definitivo ao bloqueio israelense à Faixa de Gaza.

Israel começou logo depois a retirada das suas tropas em Gaza. Um porta-voz disse que, cumprindo o cessar-fogo unilateral, parte das tropas israelenses já se retirou ontem da Faixa de Gaza e posicionou-se perto da fronteira.

Durante um jantar oferecido pelo primeiro-ministro Ehud Olmert aos líderes da França, Reino Unido, Espanha, Alemanha e Itália, lideranças israelenses como o ministro da Defesa Ehud Barak, a chanceler Tzipi Livni, o presidente do Likud ? maior partido de oposição, Benjamin Netanyahu, afirmaram que Israel está considerando a retirada de Gaza o mais cedo possível. A retirada completa, contudo, está condicionada ao fim dos ataques com foguetes contra o sul de Israel. O ministro israelense ainda revelou que se não houver incidentes inesperados, as tropas israelenses se retirarão da Faixa de Gaza antes das 21h de amanhã, quando o presidente eleito norte-americano Barack Obama tomar posse, num gesto de amizade. Ele disse que Israel espera continuar a cooperação com os EUA na prevenção do contrabando de armas e no combate contra o terrorismo.

Já foram iniciadas a reconstrução de Gaza e a recuperação do sistema de tratamento de águas residuais e da estrada para a Agência da ONU para Refugiados Palestinos (UNRWA). Nos próximos dias, o trabalho de avaliação das perdas humanas e materiais também vai começar. Analistas consideram que, na próxima fase, Israel e o Hamas vão continuar competindo sobre os problemas da disposição de segurança na fronteira de Gaza e a abertura completa das fronteiras ao redor de Gaza. Ambas as partes vão tentar ganhar apoio internacional para se beneficiar mais do cessar-fogo. Se palestinos e israelenses puderem manter a moderação, o futuro de Gaza será melhor.