Com as novas divergências surgidas entre a Rússia e a Ucrânia na questão do transporte de gás natural russo à Europa, os primeiros-ministros de Bulgária, Eslováquia e Moldova fizeram ontem (14) uma visita-surpresa a Moscou em busca de uma solução para o atual impasse na questão. Enquanto isso, a União Européia advertiu a Ucrânia, dizendo que poderia processar as empresas russa e ucraniana de gás natural. Analistas avaliam que, com os esforços e mediações das partes envolvidas, o abastecimento de gás poderá ser recuperado em caráter emergencial para alguns países europeus pelo território ucraniano. No entanto, é preciso mais tempo para a retomada plena do abastecimento de gás natural à Europa, graças às contradições fundamentais ainda não resolvidas entre a Rússia e a Ucrânia sobre o assunto.
A União Européia mediou um acordo com Rússia e Ucrânia, alcançado no dia 12, para a recuperação do transporte de gás natural à Europa. A Rússia declarou que reiniciaria no dia 13 o transporte pelo território ucraniano. Logo em seguida, as autoridades ucranianas afirmaram que seria tecnicamente impossível concretizar o itinerário de abastecimento de gás natural escolhido pela Rússia, enquanto a Rússia transferiu a culpa para a Ucrânia por não ter aberto o gasoduto instalado em seu território.
Os países da União Européia mostraram grande indignação com as disputas entre a Rússia e a Ucrânia quanto ao abastecimento de gás natural. Vários países conclamaram a Rússia e a Ucrânia a observarem os documentos assinados e recuperarem rapidamente o transporte de gás natural. O presidente da Comissão da União Européia, José Manuel Barroso, afirmou ontem na França que, caso as empresas de gás natural da Rússia e da Ucrânia não recuperem rapidamente o abastecimento de gás natural, ele pediria a abertura de processos contra as mesmas.
Além disso, os primeiros-ministros de Bulgária, Eslováquia e Moldova viajaram ontem para Moscou e se encontraram com o primeiro ministro russo, Vladimir Putin, e o presidente russo, Dmitri Mevedev, e também com o presidente da Gazprom da Rússia, Alexei Miller. Durante as conversas, os três primeiros-ministros apresentaram respectivamente suas propostas para a solução da crise de gás natural, tais como um programa de "troca de gás". Além disso, Dmitri Mevedev e o presidente da Comissão da União Européia, José Manuel Barroso, ainda sugeriram convocar em Moscou uma cúpula dos países consumidores de gás natural para resolver o problema.
Analistas consideram que tanto o programa de "troca de gás natural" quanto a realização de uma cúpula dos países consumidores de gás natural têm como objetivo romper o impasse do transporte de gás natural à Europa.
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