Com a mediação realizada nos últimos dias pela União Européia (UE), a Rússia e a Ucrânia chegaram a um acordo sobre a supervisão do transporte de gás natural russo à Europa pelo território ucraniano. A empresa russa Gazprom teria reiniciado o abastecimento de gás à Ucrânia às 10h00 (horário de Moscou). Mas, de acordo com o relatório dos observadores da UE, apenas um pequeno volume de gás russo foi transportado à Europa via Ucrânia e os dois países continuam a trocar acusações. A retomada do abastecimento de gás natural enfrenta um novo obstáculo.
A Gazprom cortou o abastecimento de gás natural à Ucrânia no dia 1º de janeiro, já que as duas partes não chegaram a um acordo sobre o preço do recurso em 2009. A empresa ainda manteve, no entanto, o fornecimento de gás natural russo à Europa via Ucrânia. No dia 7, a Rússia cortou o fornecimento de gás à Europa via Ucrânia, causando uma crise energética em vários países membros da UE.
Diante esta situação, a UE começou a exercer uma "interferência forte" na questão. Com a mediação do presidente da República Tcheca, país que ocupa a presidência rotativa da UE, Mirek Topolanek, a Rússia, a Ucrânia e a UE chegaram no dia 11 ao "acordo de três partes" sobre a supervisão do transporte de gás natural, mas o presidente russo, Vladimir Putin, acusou a Ucrânia de alterar os termos do acordo de supervisão assinado pelas três partes e que o país não adotaria o acordo até a solução das divergências. Em seguida, com a mediação da UE, Rússia, Ucrânia e Europa assinaram novamente um protocolo de supervisão do transporte de gás natural por território ucraniano sem condições adicionais e a Rússia retomou o abastecimento de gás à Europa via Ucrânia às 10h00 de ontem (horário de Moscou).
No entanto, o fornecimento de gás natural encontrou novos desafios. Poucas horas após a retomada do abastecimento de gás natural russo à Europa, a Rússia avaliou que a Ucrânia ainda não teria aberto a válvula do sistema de transporte. A Ucrânia rebateu a acusação e disse que o duto escolhido para a retomada do fornecimento de gás pela Rússia torna o transporte "impossível tecnicamente" e vai paralisar algumas linhas ucranianas. A Ucrânia pediu o transporte de gás pelo duto tradicional, mas o pedido foi rejeitado pela Rússia.
Analistas afirmam que a Ucrânia considera que o gás natural russo pode chegar aos dutos do oeste do país dentro de 36 horas, mas a Rússia acha que os dutos ucranianos estavam cheios de gás natural russo quando o fornecimento de gás foi cortado no dia 7, então, quando o gás natural entrasse no sistema de transporte ucraniano, deveria chegar à Europa imediatamente. Além disso, a despesa do transporte de gás natural por território ucraniano é a outra divergência entre ambas as partes. Se os dois países não resolverem a disputa, é possível que a Rússia corte novamente o fornecimento de gás natural à UE. Putin advertiu que, se descobrir que a Ucrânia continua "roubando" gás natural russo, o país vai suspender o abastecimento à Europa.
A razão direta desta disputa é que a Rússia e a Ucrânia ainda não assinaram um novo acordo para o fornecimento de gás natural. Mas, para chegar a um consenso sobre o problema, ambas as partes precisam resolver primeiro as questões de preço do fornecimento de gás natural, despesas de transporte de gás via Ucrânia e dívidas entre as empresas envolvidas. Embora os dois países tenham vontade de continuar as negociações, a Rússia persiste no novo preço de gás natural, o que será um obstáculo insuperável para as negociações.
|