A República Tcheca, país que ocupa a presidência rotativa da União Européia (UE) anunciou ontem (8) à noite que fechou um acordo com a Rússia sobre o envio de observadores à Ucrânia, nas áreas por onde passa o gás natural russo. O objetivo é restabelecer o abastecimento de gás natural da Rússia aos países da UE.
A decisão foi tomada durante encontro do primeiro-ministro da República Tcheca, Mirek Topolánek, com o presidente russo, Vladimir Putin, e a chanceler alemã, Ângela Merkel.
O presidente da companhia de gás natural russa Gazprom, Alexei Miller, está otimista. Ele acredita que, com a chegada dos observadores às regiões por onde passam os dutos, o abastecimento de gás à Europa, via Ucrânia, vai ser retomado imediatamente.
Cerca de 20% do gás natural da UE são importados da Rússia e 80% são transportados por dutos ucranianos. Este não é o primeiro conflito entre os dois países sobre o transporte de gás natural mas é, sem dúvida, o mais longo. O corte no fornecimento de gás afetou 18 países europeus. Países do Sudeste europeu e da Europa Central que dependem do gás natural russo são os maiores prejudicados devido às frequentes nevascas.
A União Européia condenou o impasse entre Rússia e Ucrânia e pediu que os dois países cumpram com suas responsabilidades como fornecedor e transportador de gás natural. Após a suspensão completa do abastecimento de gás à Europa no dia 7, a UE advertiu que se o fornecimento não fosse reestabelecido até o dia 8, a organização tomaria "medidas de interferência duras". A UE anunciou que também vai enviar observadores independentes às oito regiões por onde passam os dutos para supervisionar o volume real de transporte de gás. Especialistas dizem que, mesmo que a Rússia volte a fornecer gás, serão necessárias cerca de 36 horas para que o combustível chegue à fronteira européia. Isso significa que milhões de europeus devem ficar sem aquecimento por mais alguns dias.
Analistas acreditam que a crise do gás deve ser resolvida em poucos dias, o que não garante que um novo conflito aconteça novamente. Isso, porque a origem das contradições do transporte de gás natural entre Rússia e Ucrânia continua sem solução. Os dois países não chegam a um acordo quanto ao preço do gás transportado. Com mais essa crise, a União Européia reconhece que para garantir a segurança do abastecimento energético é preciso solucionar os problemas originais. Os chanceleres dos países da UE realizaram no dia 8 em Praga, capital da República Tcheca, a reunião informal sobre a segurança energética. No dia 12, os ministros de Energia dos países da União Europeia realizam uma conferência para avaliar a situação do mercado energético da organização e discutir as medidas concretas. A Organização quer implantar a diversificação do abastecimento energético e tentar elaborar resoluções competentes na cúpula da UE em Março.
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