Com chegada de 2009, a República Tcheca substituiu a França na presidência rotativa da União Européia (UE). Enquanto isso, os conflitos armados entre Palestina e Israel na Faixa de Gaza estão se agravando. A França poderia passar o problema à República Tcheca, mas o presidente francês, Nicolas Sarkozy, ainda ao Oriente Médio para mediar a questão e espera desempenhar um papel mais importante na região.
O palácio presidencial francês confirmou no dia 2 que Sarkozy vai visitar o Oriente Médio entre hoje (5) e amanhã, e se encontrará com o presidente egípcio, Hosni Moubarak, o presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, o primeiro-ministro israelense, Ehud Olmert e o presidente sírio, Bachar el-Assad. Segundo as informações, alguns encontros serão realizados enquanto a delegação ministerial da UE liderada pelo chanceler tcheco está visitando a região. O ministro francês do Orçamento, Eric Woerth, lembrou ontem à imprensa que Israel já começou ataques terrestres contra Gaza, então, a visita de Sarkozy ao Oriente Médio será "extremamente difícil, mas muito necessária". Ele também afirmou que Sarkozy não vai visitar a região com "nenhum plano fixo". Woerth enfatizou a posição da França sobre os conflitos entre Israel e Palestina. Ele disse que o país condena o lançamento de foguetes pelo Hamas contra o território israelense e, ao mesmo tempo, se opõe aos ataques terrestres iniciados no dia 3 por Israel contra a Faixa de Gaza.
Analistas consideram que Sarkozy reconhece as dificuldades desta visita, mas ainda persiste nela porque a França acha que deve interferir gradualmente no Oriente Médio e ampliar sua influência na região. Woerth ponderou que, sem a participação dos EUA, Sarkozy tornou-se a única pessoa com capacidade de mediação. Os EUA são o "mediador" mais importante e um grande apoio a Israel no Oriente Médio, mas George W. Bush conseguiu poucos êxitos na promoção do processo de paz do Oriente Médio durante seu mandato. Diante do processo de transição de poder na Casa Branca, as políticas para o Oriente Médio de Obama ainda não estão claras. Isto é uma oportunidade para a França, mas é difícil aproveitar bem esse chance.
Em primeiro lugar, atualmente, a República Tcheca ocupa a presidência rotativa da UE. Os representantes do país e da UE já começaram a mediação diplomática no Oriente Médio. Sarkozy, como presidente francês, conversa com Egito e Israel na mesma posição da "UE-Tcheca", o que cria uma dúvida dentro da UE: Quem pode representar a organização?
Em segundo lugar, o problema entre Palestina e Israel é um "quebra-cabeças" dentro da França. No dia 3, diversas cidades francesas realizaram manifestações para apoiar a Palestina. A manifestação em Paris reuniu 25 mil pessoas. Algumas organizações francesas de judeus também realizaram ontem manifestações na embaixada israelense na França, condenando o Hamas. Isto mostra que, em relação ao problema do Oriente Médio, a França tem duas opiniões totalmente diferentes. Se Sarkozy não tratar bem disso, perderá apoio dos franceses e ofenderá os interesses de alguns países da UE.
Além disso, os EUA ainda são mediadores importantes do problema do Oriente Médio, como demonstrou a negociação emergencial do Conselho de Segurança (CS) da ONU no dia 3. Na mesma noite, os 15 países membros do CS negociaram e tentaram chegar a uma declaração que limitasse as forças armadas israelenses e palestinas, mas, por causa da oposição dos EUA, as negociações não chegaram a um consenso. Em comparação com os EUA, a França ainda não tem influência suficiente neste problema.
Assim, os resultados desta mediação de Sarkozy no Oriente Médio serão limitados e sua esperança de ampliar a influência francesa na região também é apenas um desejo.
|