As ações militares da operação "Cast Lead" das tropas israelenses contra o Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) entraram ontem (28) no segundo dia. Os bombardeios contra alvos do Hamas e ataques de fogetes do Hamas contra Israel continuam. A situação tensa na Faixa de Gaza despertou a atenção da comunidade internacional. Ouça agora a reportagem:
Na madrugada de ontem (28), aviões de combate israelenses realizaram novos ataques contra a Faixa de Gaza, iniciando o segundo dia de ações militares na região. As forças israelenses passaram a realizar ataques esporádicos, encerrando a primeira ofensiva de grande escala. O porta-voz das tropas israelenses, Avital Leibovitz, disse no mesmo dia:
"Ontem, atacamos 50 alvos do Hamas e o número de hoje é quase o mesmo. O último ataque de hoje será para explodir 40 túneis na região fronteiriça entre Gaza e o Egito, que são passagens para contrabando de armas e foguetes, além de entrada de terroristas na Faixa de Gaza e em outros países da região para receber treinamento."
Leibovitz não mencionou o número detalhado de mortos e feridos palestinos nos ataques aéreos, mas enfatizou que a maioria das vítimas integrava o braço armado do Hamas. No entanto, segundo as informações do departamento local de saúde da Faixa de Gaza, até agora, os ataques aéreos israelenses já mataram pelo menos 300 pessoas e feriram mais de 1.000.
O porta-voz do gabinete do primeiro-ministro israelense, Mark Regev, revelou ontem que o gabinete reuniu-se no mesmo dia e tomou três decisões importantes sobre a questão de Gaza.
"Primeiro, decretar o estado de emergência no sul de Israel para enfrentar a atual situação difícil. Segundo, decretar um estado econômico especial para garantir o abastecimento normal de materiais como alimentos. Terceiro, pedir a aprovação do parlamento israelense do pedido de recrutamento de tropas da reserva. Israel considera que a atual situação não vai terminar brevemente e é preciso convocar os reservistas."
O Ministério da Defesa israelense disse que decidiu recrutar 6.700 soldados da reserva para se preparar para a situação tensa na Faixa de Gaza. O ministro da Defesa israelense, Ehud Barak, afirmou que não descarta a possibilidade de ataques terrestres contra Gaza. Mas o porta-voz militar israelense destacou que ataques aéreos ainda são a principal forma de ação contra Gaza.
"Ainda não enviaremos tropas terrestres. Agora, são apenas os ataques aéreos. Quanto à questão das tropas da reserva, primeiro, a convocação precisa ser aprovada pelo gabinete e depois ratificada pelo Ministério da Defesa. Ainda não iniciamos o recrutamento. Esta é somente uma das opções e só vamos usar as tropas da reserva se for necessário."
A situação tensa na Faixa de Gaza continuou despertando a atenção da comunidade internacional. Além da declaração do Conselho de Segurança da ONU publicada ontem, pedindo a "suspensão imediata da violência" entre Palestina e Israel, o Iraque, Rússia, Turquia, Arábia Saudita, Cuba e outros países e organizações internacionais como a Liga Árabe também censuraram ou pediram o fim dos ataques aéreos israelenses contra a Faixa de Gaza. O vice-porta-voz do Ministério das Relações Exteriores israelense, Andy David, disse:
"O Hamas tem que suspender os ataques contra Israel. Se não formos atacados, não vamos atacar qualquer palestino. Isto é um princípio muito simples."
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