A Federação de Sindicatos da China afirmou hoje (24) que 83% das sedes de multinacionais no país já têm sindicatos e que a entidade vai continuar ajudando essas organizações a se desenvolverem e protegerem os direitos dos empregados.
Desde o início da política de reforma e abertura da China, um crescente número de multinacionais veio investir no país. Entre as 500 maiores empresas do mundo, 483 já têm investimentos na China e 375 com sedes regionais. Porém, devido a diversos motivos, essas empresas passaram muito tempo sem criar sindicatos.
Com o estímulo da Federação de Sindicatos da China, a cadeia de mercados Wal-Mart estabeleceu, em 2006, o primeiro sindicato de multinacionais da China, dando início a uma onda da iniciativa. Em junho deste ano, para acelerar o passo dos trabalhos, a Federação de Sindicatos da China lançou a "Ação Concentrada de Criação de Sindicatos de Multinacionais na China", que obteve resultados notáveis. O diretor do Departamento de Construção de Organizações Básicas da Federação de Sindicatos da China, Guo Wencai, avaliou:
"Entre as multinacionais como as 500 maiores empresas do mundo, 313 já criaram sindicatos, representando 83% do número total. Muitas multinacionais que não tinham seus sindicatos, como Maersk, da Dinamarca, e Lotus, da Tailândia, estabeleceram esse tipo de entidade."
Ao conhecer gradualmente a natureza e as funções dos sindicatos da China, sobretudo após a promulgação da Lei de Contratos de Trabalho, no dia 1º de janeiro, a cada dia mais multinacionais vêm percebendo que é essencial ter sindicatos em seu desenvolvimento no país, já que essas entidades passaram a ter um maior desempenho na proteção dos direitos dos trabalhadores e na assinatura de contratos coletivos de trabalho. O porta-voz da sucursal chinesa da rede Wal-Mart, Dong Yuguo, afirmou:
"A Wal-Mart tem uma atitude explícita quanto ao sindicato, com respeito pleno às leis e regulamentos da China e à vontade dos empregados. Estamos consultando a Federação de Sindicatos da China e os sindicatos de base para realizar os trabalhos de forma mais efetiva, harmoniosa e eficiente, para o benefício de todos."
Atualmente, 85% das filiais das multinacionais na China também já estabeleceram sindicatos, com os integrantes superando 2,12 milhões de pessoas. Enquanto isso, algumas das 500 maiores empresas do mundo, como Microsoft, Wyeth e Morgan Stanley, ainda não têm esse tipo de organismo. Sobre isso, Guo Wencai comentou que sua entidade vai dedicar esforços constantes para promover a criação de sindicatos de multinacionais.
"Em 2009, continuaremos fomentando a criação de sindicatos e vamos dedicar esforços para levar todas as multinacionais na China a criarem sindicatos. Algumas multinacionais têm sindicatos em seus países, mas utilizaram diversos meios para impedir a criação de sindicatos na China, adotando critérios diferenciados na questão de direitos humanos, o que nós não permitiremos. A Federação de Sindicatos da China vai cooperar com os sindicatos regionais, ampliar o investimento de modo a garantir o benefício tanto das empresas quanto dos trabalhadores."
Guo Wencai destacou que, tendo uma grande influência no desenvolvimento da China, a crise financeira internacional também trouxe desafios consideráveis à proteção dos interesses e direitos dos empregados das multinacionais no país. A Federação de Sindicatos da China vai intensificar os contatos com as empresas e os empregados e ajudar os sindicatos de base e seus membros a resolverem dificuldades.
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