As influências da atual crise financeira internacional sobre a economia foram tema de discussão durante a reunião anual da Câmara Chinesa de Comércio Internacional (CCOIC), realizada hoje (9) em Beijing. Os participantes, que representam diversos setores, consideram que os exportadores chineses estão enfrentando dificuldades sem precedentes com a recessão econômica nos EUA, na Europa e no Japão, mas que a crise também traz boas oportunidades para a transformação do modelo de desenvolvimento e o aprimoramento da indústria chinesa. Ouça agora a reportagem.
O presidente da CCOIC, Wan Jifei, disse na reunião que, de acordo com as experiências históricas, cada crise financeira provocará um processo em que as empresas mais fortes vão sobreviver e as fracas fecharão as portas. As empresas que resistirem a esta prova dura passarão por um aprimoramento estrutural e avanço técnico.
"Em meio a esta situação cheia de pessimismo, se uma empresa puder aproveitar as oportunidades com atitude inovadora, buscar meios alternativos de desenvolvimento, elevar o teor técnico e concluir a reorganização e atualização interna, ela terá maior capacidade de resistir à crise e elevar o nível de desenvolvimento econômico e encontrará oportunidades na próxima fase do desenvolvimento econômico."
Algumas empresas chinesas já estão conscientes dos problemas na gestão e estratégia de investimento e encontraram novo ponto de desenvolvimento na reestruturação industrial e empresarial.
O Grupo Feiyue é um grande produtor de máquinas de costura, com uma rede de vendas e gerenciamento em mais de 130 países e regiões. Com a retração da demanda da Europa e nos EUA, o número de encomendas sofreu grande diminuição e o dinheiro das mercadorias não pode ser recebido a tempo, causando risco de quebra da cadeia de capital.
Diante desta crise, o Grupo Feiyue realizou ajustes na estrutura e na estratégia de desenvolvimento, diminuiu a envergadura de ativos da empresa, reduziu dívidas, destacou produtos com vantagem e aperfeiçoou a rede de vendas e gerenciamento. O presidente do Conselho Administrativo do Grupo, Qiu Jibao considera que em meio a esta crise, a Feiyue encontrou uma oportunidade de desenvolvimento.
"Primeiro, os governos central e local querem o desenvolvimento das empresas. Segundo, o preço atual de algumas matérias primas corresponde a apenas um terço do praticado no primeiro semestre. Terceiro, a taxa de câmbio dólar caiu continuamente no primeiro semestre mas, agora, a moeda chinesa registra pequena desvalorização."
Na Região Autônoma da Mongólia Interior, norte da China, as empresas de metais férrosos também foram afetadas pela crise financeira. O vice-diretor da Câmara de Comércio da Mongólia Interior da CCOIC, Shi Wangjun disse que elas estão estudando medidas para enfrentar a situação .
O presidente da Câmara Americana de Comércio da República Popular da China, Michael Barbalas, afirmou apreciar a confiança das empresas chinesas no enfrentamento da crise financeira internacional.
"As empresas chinesas, especialmente as privadas, tiveram reação rápida e reconheceram que este é um grande desafio, mas também uma oportunidade. Elas podem buscar novos mercados ou explorar novos produtos. Por isso, observei que os empresários não têm medo da crise e que as empresas sairão fortalecidas e com negócios melhores."
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