O barril do petróleo bruto no mercado de Nova York entrou pela primeira vez na casa dos US$ 100 no dia 2 de janeiro de 2008. Depois, o preço do petróleo, num salto vertiginoso, chegou ao valor recorde de US$ 147,27 em 11 de julho. As disputas entre os países consumidores, principalmente as nações desenvolvidas, e os países produtores vêm ficando complexas.

Diante da alta do preço do petróleo, também existem vozes considerando que o aumento do consumo energético dos países em desenvolvimento levou ao incremento rápido do preço. O vice-diretor da Administração Nacional de Energias da China, Sun Qin, rejeitou esse ponto de vista ao participar do 11º Fórum Internacional de Energia realizado em abril:

"A alta do petróleo é resultado de fatores diversos como a geopolítica, especulações e o equilíbrio frágil entre a oferta e a demanda. As especulações corresponderam ao motivo principal do aumento do preço do petróleo."

Dong Xiucheng, vice-diretor do MBA da Universidade Chinesa do Petróleo e especialista renomado sobre a questão do petróleo mundial, explicou os motivos das oscilações acentuadas do preço do petróleo:

"Há dois fatores principais a influenciar o preço do petróleo. O primeiro é econômico, que abrange as relações entre oferta e procura e a tendência do desenvolvimento econômico dos países. O outro é político, por exemplo, as questões geopolíticas do Irã, Venezuela e Rússia, entre outros países. Até julho, um grande montante de capitais especulativos operava no mercado internacional, paralelamente à desvalorização do dólar, o que resultou na alta do preço do petróleo. A partir de julho, vem ficando mais clara a gravidade do tsunami financeiro. A economia real também sofreu prejuízos graves, diminuindo a demanda pelo petróleo. Além disso, muitos fundos de investimento foram forçados a sair do mercado. Neste contexto, o preço do petróleo começou a cair."

Quanto aos impactos adversos das altas e quedas acentuadas do preço do petróleo sobre a economia mundial, Dong explicou:

"De modo geral, tanto as altas quanto as baixas acentuadas do preço do petróleo são desfavoráveis. A alta excessiva vai refrear o crescimento econômico mundial e a baixa pode causar grandes problemas aos países produtores. Primeiro, isso vai influenciar os investimentos na indústria petrolífera e resultar no desequilíbrio da oferta e demanda. Segundo, a queda acentuada do preço do petróleo terá influências negativas sobre o desenvolvimento de energias renováveis. Um preço racional do petróleo vai não apenas contribuir para o desenvolvimento estável da economia mundial, como também incentivar o investimento no setor, além de não impedir o desenvolvimento de energias renováveis."

O especialista também fez previsões sobre a tendência do preço do petróleo em 2009:

"No curto prazo, o fator principal que influencia o preço do petróleo é a economia, quer dizer a oferta e a procura. A maior incerteza atual é se já chegamos ou não ao pico da crise financeira global. Porém, no ponto de vista de longo prazo, o preço do petróleo vai continuar aumentando."

As oscilações do preço do petróleo vêm refletindo a situação complexa e incerta da economia mundial. O vice-presidente chinês Xi Jinping avaliou:

"A questão energética é mundial. A promoção do equilíbrio entre oferta e procura de energia no mundo e a garantia da segurança energética são tarefas urgentes para todos os países. A solução da questão requer os esforços conjuntos da comunidade internacional, que inclui os países produtores e os consumidores do petróleo."