O secretário de Relações Internacionais do Agronegócio do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Célio Porto, chefia uma delegação do governo brasileiro em visita à China, Cingapura e Hong Kong, com o objetivo de expandir mercados.
O Brasil, maior exportador de carne de frango do mundo e segundo maior fornecedor de soja, está tentando atrair investimentos da China --o maior mercado para produtos agrícolas, portos e estradas.
Segundo Porto, o país fornece produtos como soja, carne congelada e tabaco no valor de US$ 11 bilhões para a China, o correspondente a 20% de suas exportações agrícolas.
"Nosso maior problema para melhorar a produção é a falta de capital. A nossa maior dificuldade é a logística", disse Porto.
Para o secretário de Agricultura, o Brasil precisa melhorar os transportes para ter um fluxo ágil de bens até o porto, disse, em Cingapura.
A China, que tem 20% da população e 7% das terras cultiváveis do planeta, tem se voltado para as Filipinas e a África na busca de abastecimento estratégico de alimentos.
"Os investimentos que a China tem feito na Ásia e na África representam a produção futura. A competitividade do Brasil vem do fato de ter a produção presente", disse Porto. "A África tem muita terra, mas não a tecnologia ou a rapidez de resposta que o Brasil possui", afirmou.
A crise mundial de crédito e o declínio nos preços dos grãos podem reduzir os investimentos na agricultura, o que causaria escassez de alimentos no futuro.
"Com a queda das cotações dos produtos agrícolas, a falta de investimento nesses produtos ocorrerá primeiro onde o custo da produção for mais alto; e esse não é o caso do Brasil", observou Porto.
Em 2007 as exportações brasileiras para Hong Kong somaram US$ 1,2 bilhão, e as destinadas a Cingapura, US$ 298 milhões.
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