A conferência mensal dos ministros das Finanças dos 27 países da União Européia (UE) foi realizada ontem (2) em Bruxelas, a fim de preparar a elaboração final de um pacote de estímulo à economia pela reunião dos líderes da UE, que acontecerá no dia 11. A conferência aprovou o pacote de estímulo à economia de 200 bilhões de euros apresentado pela Comissão Européia no mês passado, mas os países membros ainda têm divergências no volume de capital que será usado.
A resolução ratificada pela conferência elogia o pacote de estímulo à economia de grande escala aprovado no dia 26 do mês passado, e considera que o capital de 200 bilhões de euros mencionado no pacote é necessário e vai promover o crescimento econômico dos países da UE. A resolução considera que este pacote estabelece uma "base favorável" ao enfrentamento da possível crise financeira dos países europeus, mas sua concretização ainda depende das situações diferentes dos diversos países. O pacote será aprovado na reunião de inverno dos líderes da UE, no dia 11. Além disso, a conferência ainda aprovou quatro medidas orientadoras da reforma dos órgãos de serviço financeiro: reajuste do volume de garantia dos depósitos pessoais nos bancos, regulação rigorosa do capital registrado dos bancos, avaliação da capacidade de pagamento das companhias de seguro e reforço da administração dos fundos de investimento de bolsas européias. Os ministros das Finanças também concordaram em elevar o limite máximo do fundo de socorro financeiro de médio prazo de 12 bilhões para 25 bilhões de euros, a fim de ajudar mais efetivamente os países membros da UE no enfrentamento da crise.
Analistas consideram que é muito mais difícil coordenar as políticas econômicas dos países da UE do que elaborar medidas de enfrentamento conjunto da crise financeira, e que, se os países não fizerem ajustes adequados em seus pacotes de estímulo à economia, a economia da UE vai enfrentar novamente uma situação difícil. A reunião dos ministros de Finanças da Zona do Euro realizada no dia 1 vetou as medidas de redução de taxas de impostos apresentadas pela Comissão Européias. O presidente do Grupo do Euro e primeiro-ministro do Luxemburgo, Jean-Claude Juncker, acha que a flexibilidade da diminuição dos impostos do valor acrescentado (IVA) "não consegue garantir o estímulo adequado ao consumo", por isso, os países da Zona do Euro não vai seguir a estratégia do Reino Unido de reajustar os impostos.
Sobre o problema do capital usado no estímulo à economia dos países membros, a França e o Reino Unido querem que os governos dos vários países elaborem pacotes de estímulo à economia "audaciosos", no entanto, a Alemanha e os países do leste europeu não concordam com isso. O ministro das Finanças alemão, Peer Steinbrück, afirmou depois da conferência que a Alemanha já elaborou um pacote de estímulo à economia de 32 bilhões de euros e que obrigar o governo a continuar investindo no socorro ao mercado com riscos do aumento de déficit não é aceitável. Outros membros da UE também exerceram pressão sobre a Comissão Européia e pediram que a Comissão aprove rapidamente os pacotes de socorro ao setor bancário dos diversos países. O presidente da Comissão, José Manuel Barroso, ponderou que a UE não pode ratificar pacotes de ajuda que violem os princípios de concorrência, ou a competição bancária vai entrar em um ciclo negativo. Diante da pressão, a comissária para assuntos de concorrência da Comissão Européia, Neelie Kroes, disse que a organização vai aprovar uma série de políticas complementares antes do Natal para ampliar o apoio à indústria bancária e ajudar os países a superarem a crise financeira.
Especialistas consideram que o socorro da UE à economia do bloco é urgente, mas o debate sobre as ações unificadas ou independentes entre os membros da organização e órgãos administrativos ainda continua. Se o problema não for resolvido, será difícil para a economia européia superar a tendência negativa.
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