Para lidar com a crise financeira global, o governo chinês adotou várias medidas de estímulo a demanda doméstica, entre eles o reforço da melhoria do meio ambiente. Segundo o plano, a China vai destinar 12 bilhões do montante adicional de 100 bilhões de yuans do quarto trimestre deste ano para os projetos de economia de energia e proteção ambiental. Durante os próximos três anos, as verbas para a construção do setor vão somar mais de um trilhão de yuans.
Analistas consideram que a promoção da melhoria do meio ambiente não apenas vai incentivar a expansão da demanda interna como também ajudará a impulsionar a poupança energética e a redução de emissões, além de melhorar as condições de vida da população.
Acabou de ser concluída em Wuhan, na província de Hubei, a obra principal da central de tratamento de águas residuais de Erlangmiao. Zhang Lantian, responsável pelo projeto, disse que com a usina, a taxa de tratamento de água residual da cidade vai aumentar em torno de 4,7%. O projeto também vai promover a criação de empregos.
"O projeto pode criar 400 empregos este ano e, no momento de pico, o número pode ficar entre 700 e 800."
Com o avanço estável da infraestrutura ambiental, as empresas começaram a obter mais benefícios. Em apenas um mês, a Beijing Capital Co. Ltd., líder no setor hídrico, assinou contratos de construção de sete centrais de tratamento de água residual. Guo Peng, vice-gerente da companhia, afirmou:
"Com o reforço do investimento na infraestrutura ambiental, firmamos muitos contratos de projetos como esse. Na próxima etapa, planejamos construir 102 usinas de tratamento de água residual na província de Hunan, com o investimento de seis bilhões do governo. Isso dará um grande impulso aos nossos lucros."
O plano de desenvolvimento socioeconômico da China entre 2006 e 2010 prevê uma diminuição de 20% do consumo por unidade do PIB e a redução de 10% da emissão dos principais poluentes até 2010. Por isso, o governo chinês intensificou o investimento na proteção ambiental. Dos 100 bilhões de yuans extras que a China liberou no quarto trimestre deste ano, 8,5 bilhões serão aplicados no setor de economia energética e proteção ambiental.
"Dessa verba, cinco bilhões de yuans serão usados na construção da rede de tratamento de água e resíduos urbanos, um bilhão para tratamento da água residual nas bacias importantes, o uso reciclável de água intermediada e as instalações necessárias. Outros 2,5 bilhões de yuans serão destinados a dez projetos principais de poupança energética, economia reciclável e tratamento da poluição industrial."
Na área ambiental, a China vai fomentar projetos de reflorestamento e preservação florestal, incluindo as áreas das nascentes dos rios Yangtzé e Amarelo, bem como controle e tratamento de areia.
Para Zhou Shengxian, ministro chinês do Meio Ambiente, o país deve intensificar ainda mais a preservação ambiental, que é uma forma eficaz de promover a economia energética e a redução de emissões, garantir e aprimorar as condições de vida da população, expandir a demanda interna e criar novas fontes de crescimento econômico.
"Agora podemos dizer que esta é uma oportunidade preciosa. Devemos priorizar o desenvolvimento da indústria ecológica para aumentar a demanda interna, e passar a tratar como novas fontes de crescimento econômico a promoção do desenvolvimento de energia renovável, a economia de energia, água e recursos, e o controle e recuperação da poluição. Além disso, vamos elaborar e aperfeiçoar as estratégias e políticas de promoção do desenvolvimento do setor, elevar o nível tecnológico na indústria de proteção ambiental, aumentar o investimento, criar um ambiente de investimento diversificado e desenvolver o setor de serviços."
Segundo as estatísticas preliminares, até o ano passado, a China contava com mais de 30 mil empresas atuando na área de proteção ambiental, com uma produção anual de 700 bilhões de yuans. A quota de capitais sociais e estrangeiros é cada vez maior. Para os analistas, o aumento de verba do governo central também servirá como guia para o investimento social.
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