Em 1978, o Partido Comunista da China realizou uma Assembléia Popular Nacional com importante significado histórico, iniciando a nova fase de reforma e abertura do país. Nos últimos 30 anos, esta prática sem precedente na história causou grandes mudanças nas relações entre a China e o mundo, fazendo a diplomacia chinesa entrar em uma nova era.
O vice-diretor da Universidade de Relações Exteriores da China, Zheng Qirong, afirmou ao nosso repórter que os 30 anos de reforma e abertura são um período frutífero na diplomacia chinesa e que a China se tornou um importante ator e construtor das questões atuais no cenário mundial, a posição internacional do país ganhou um destaque evidente e as relações amistosas entre a China e os diversos países obtiveram avanços significativos.
"Os 30 anos de reforma e abertura da China são 30 anos de aperfeiçoamento da independência e autonomia na política pacífica das relações exteriores do país. A diplomacia nestes 30 anos é a continuação e desenvolvimento do conceito diplomático de líderes chineses como Mao Zedong e Zhou Enlai. Com uma série de reajustes das políticas segundo a mudança do cenário internacional e características da época, a diplomacia chinesa criou a situação favorável atual."
Nos primeiros anos depois da fundação da nova China, o país se uniu a países asiáticos, africanos e latino-americanos e apoiou seus movimentos de independência nacional. Ao mesmo tempo, com apoio destes países, a China recuperou seu status legal na ONU em 1972 mas, naquela altura, a diplomacia chinesa ainda não tinha entrado no sistema internacional liderado pelos EUA e pelo Ocidente.
Nos fins dos anos 70 e início dos anos 80, a situação mundial passou por grandes mudanças: a competição entre os EUA e a ex-União Soviética entrou numa fase de equilíbrio e impasse, a Europa Ocidental, o Japão e os países em desenvolvimento se tornavam cada dia mais fortes e surgiu a tendência de multipolarização do mundo. Diante do novo cenário mundial, o líder chinês Deng Xiaoping ponderou que a diplomacia chinesa deveria servir ao desenvolvimento econômico e à modernização do país. Com a reforma e abertura em 1978, a China cumpriu a transferência de "diplomacia de combate" à "diplomacia de independência e autonomia na política pacífica". O estabelecimento das relações diplomáticas entre a China e os EUA em 1979 e a normalização das relações bilaterais com a ex-União Soviética em maio de 1989, a diplomacia chinesa avançou para uma era mais aberta e pragmática. Sobre isso, o vice-diretor do Instituto da Economia e Política Mundial da Academia Chinesa de Ciências Sociais, Wang Yizhou, disse:
"Se naquele período, Deng Xiaoping não tivesse reconhecimento básico sobre a situação mundial e a política externa da China, não teríamos a reforma e abertura do país. Ele enfatizou a necessidade de focalizar a construção do país e de orientar as políticas importantes a China pelo conceito de paz, desenvolvimento e coexistência pacífica. Este é o novo marco histórico da diplomacia chinesa."
Nos anos 90, o quadro internacional passou por novas mudanças rápidas e radicais e entrou numa fase de transição. Nesta altura, a China procurou desenvolver as relações amistosas com vários países, promoveu a fundação da nova ordem política e econômica internacional e elevou ainda mais sua posição no cenário mundial. No fim do século XX, a diplomacia chinesa tinha novas características multilaterais e a comunidade internacional reconheceu que a solução dos problemas internacionais não pode prescindir da participação da China.
No século XXI, a diplomacia chinesa está mais pragmática e confiante. Nos últimos cinco anos, o "mundo harmonioso" é a palavra-chave da política externa do país. O presidente chinês Hu Jintao afirmou sobre isso:
"O povo chinês espera reforçar, junto com os povos de todo o mundo, a união e cooperação e estabelecer um mundo harmonioso de paz permanente e prosperidade comum."
Além disso, depois de 30 anos de desenvolvimento, o avanço mais importante da diplomacia chinesa é a atenção maior do governo à participação social na diplomacia e o processo mais democrático e científico de decisão diplomática. O Ministério das Relações Exteriores realizou várias atividades visitação pública e, para o povo, a diplomacia já não parece tão misteriosa. Wang Yizhou afirmou que, com esta nova política externa, o futuro da diplomacia chinesa vai ser mais amplo.
"Nessa nova perspectiva, o povo e a sociedade passaram a ser considerados as bases da diplomacia chinesa. Quando o povo tiver mais confiança e conhecimento sobre isso, a diplomacia sustentável do país terá um futuro mais promissor."
|