Terminou ontem (23) em Lima, capital do Peru, a 16ª reunião não-oficial dos líderes da APEC (Organização da Cooperação Econômica Ásia-Pacífico) com a divulgação da Declaração de Lima e da Nota sobre Situação Econômica Global. Os textos expõem consensos entre os membros da organização sobre a situação econômica e financeira mundial, as negociações da rodada de Doha, segurança alimentar e energética, integração da economia regional e mudanças climáticas, além de prometer a tomada de medidas necessárias e total articulação para enfrentar a crise.

Os líderes e representantes dos 21 membros da APEC participaram da reunião e discutiram sobre a situação econômica e financeira global, negociações da rodada de Doha, responsabilidades sociais das empresas, mudanças climáticas, prevenção e alívio de calamidades, entre outros temas. O presidente chinês Hu Jintao explicou na reunião da primeira fase as medidas da China contra a turbulência financeira global e pediu um esforço conjunto dos países e regiões para impulsionar o desenvolvimento econômico global. Hu Jintao ainda discursou na reunião da segunda fase sobre a integração da economia regional, segurança da humanidade e mudanças climáticas.

Na Nota dos Líderes da APEC sobre a Situação Econômica Mundial publicada no dia 22, os membros da organização manifestaram apoio à declaração da Cúpula do G20 sobre Mercado Financeiro e Economia Mundial e o Projeto de Reforma do Sistema Financeiro, enfatizaram sua oposição a qualquer forma de protecionismo e prometeram estreitar as cooperações e tomar ações plenas e coordenadas para superar a atual crise financeira internacional. Os líderes da APEC afirmaram ainda que, nos próximos 12 meses, vão evitar impor novos obstáculos a investimentos, produtos e serviços, tomar novas medidas de restrição das exportações e adotar políticas que violem as regras da Organização Mundial do Comércio, incluindo as medidas de estímulo à exportação.

A Declaração de Lima publicada ontem (23) no fim da reunião indicou que a atual crise financeira global é dos desafios econômicos mais graves e que os membros da APEC devem reagir rapidamente à recessão econômica causada pela crise. A declaração disse que são bem-vindos os pacotes de estímulo monetário e financeiro bem como as ações econômicas e financeiras necessárias para enfrentar a crise.

Depois da Cúpula Ásia-Europa em Beijing e da Cúpula do G20 em Washington, a 16ª reunião não-oficial dos líderes da APEC é mais uma plataforma para a discussão da situação econômica mundial entre os líderes e representantes dos membros da APEC. As declarações divulgadas são complementos favoráveis à Declaração de Washington. Como a maior organização de cooperação econômica regional do mundo, a APEC tem grande responsabilidade no combate à crise financeira e na promoção do desenvolvimento econômico global. O encontro possibilitou amplos consensos sobre a cooperação internacional, combate ao terrorismo, promoção do livre comércio, o que reforça a confiança mútua e união entre os membros e a confiança mundial em superar a turbulência financeira e impulsionar o desenvolvimento econômico.

Ao mesmo tempo, os países em desenvolvimento e economias emergentes, como parcela significativa da APEC, podem ganhar maior representatividade na reforma do sistema financeiro internacional e superar a sombra da crise. Por isso, nesta reunião, houve também consensos sobre promoção do investimento e livre comércio, fim das barreiras comerciais e obstáculos ao investimento, cumprimento das Metas de Bogor e promoção das negociações da rodada de Doha, o que vai fortalecer a retomada do crescimento econômico.

A 16ª reunião não-oficial dos líderes da APEC ganhou êxitos notáveis. A 17ª reunião da organização será realizada no ano que vem em Cingapura. A imprensa acredita que com o esforço conjunto, a região Ásia-Pacífico pode superar a crise financeira, manter o desenvolvimento econômico estável e ter um futuro mais próspero.