Será realizada nos dias 22 e 23 em Lima, capital do Peru, a 16ª reunião informal dos líderes da APEC (Cooperação Econômica da Ásia-Pacífico). Com o tema "Novas promessas do desenvolvimento Ásia-Pacífico", a reunião vai discutir principalmente os problemas da situação econômica e financeira global, apoio às negociações da rodada de Doha da Organização Mundial do Comércio, a integração da economia regional, segurança alimentar e energética, mudanças climáticas e prevenção de desastres. Por causa do crescente impacto da crise financeira mundial sobre as 21 entidades econômicas da APEC, a coordenação, cooperação e resposta conjunta à crise vão ser alguns dos temas mais importantes da cúpula.
A crise financeira mundial desencadeada pelo mercado hipotecário dos EUA já começou a influenciar a economia do bloco. Os membros desenvolvidos da APEC, como Japão, Canadá e Austrália, têm ligação estreita com a economia norte-americana e foram os primeiros prejudicados pela crise. Mas comparando com estes membros avançados, dotados de melhor base econômica e maior resistência a riscos, os impactos sobre os membros em desenvolvimento da APEC, especialmente as economias emergentes, são mais preocupantes. As exportações de países como Rússia, México, Coréia do Sul e Indonésia foram atingidas pela crise por causa da redução da demanda externa e austeridade do crédito comercial.
Na Cúpula do G20 sobre Mercado Financeiro e Economia Mundial realizada no dia 15 em Washington, os participantes da reunião discutiram o enfrentamento da atual crise e a reforma do sistema financeiro internacional e chegaram a alguns consensos. O Peru, que sedia a 16ª reunião informal dos líderes da APEC, anunciou recentemente que esta cúpula vai emitir uma declaração sobre a crise financeira global abordando o reforço da administração do mercado mundial de capitais, sobretudo o mercado financeiro, e o fortalecimento da representatividade dos países em desenvolvimento no sistema financeiro internacional, com a expectativa de que esta reunião se torne um "complemento favorável" da declaração final da Cúpula do G20. Foi encerrada ontem (20) a reunião informal ministerial, preparação da reunião informal dos líderes da APEC. Os ministros participantes acreditam que os membros da APEC devem considerar primeiramente uma reação rápida, coordenada e eficaz à crise e que este será o ponto-chave da primeira fase desta reunião informal dos líderes da APEC.
A promoção do livre comércio e o impulso às negociações da rodada de Doha também são temas importantes desta cúpula. Com a influência negativa da crise financeira sobre a economia mundial, o investimento e o comércio global tiveram uma grande queda. Diversos países e regiões reforçaram a proteção às indústrias e mercados domésticos, tomaram medidas protecionistas e limitaram produtos importados. A reativação do protecionismo aumentou as divergências entre várias organizações de cooperação regional, incluindo a APEC, e prejudicou o processo de integração da economia regional. Diante das diversas dificuldades, o futuro das negociações da rodada de Doha está cada vez mais obscuro. Por isso, o princípio de abandonar o protecionismo e continuar fortalecendo o livre comércio será enfatizado na reunião.
As negociações da rodada de Doha iniciadas em 2001 ainda não obtiveram nenhum resultado. A agricultura é o núcleo das conversações e indispensável para o andamento das negociações nas outras áreas. Mas, dentro da APEC, os EUA ainda são o ponto mais importante para a restauração das negociações agrícolas. O presidente norte-americano, George W. Bush, afirmou que antes de deixar o cargo, vai se esforçar para garantir o sucesso das negociações da rodada de Doha.
A cúpula também vai discutir outros problemas de atenção comum da comunidade internacional, como a segurança alimentar e energética e mudanças climáticas e tentar reforçar cooperações e intercâmbios nestes setores. Acreditamos que, após 19 anos de desenvolvimento, a APEC vai dar mostras de grande vitalidade e, com sua crescente influência, contribuir para a prosperidade e o desenvolvimento mundiais.
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