No passado, com a chegada do Natal, as empresas chinesas de brinquedos entravam no período mais ocupado do ano, com várias encomendas do exterior. Mas, neste ano, com a piora da crise financeira global e a desaceleração evidente do aumento econômico mundial, as empresas chinesas de exportação de brinquedos, produtos têxteis e sapatos receberam menos encomendas e o volume de comércio baixou. Enfrentando a pressão, as companhias estão tomando diversas medidas para superar o "inverno" trazido pela crise. Ouça agora a reportagem:

Os dados estatísticos publicados pela Administração Geral de Alfândega da China demonstram que, entre janeiro e outubro deste ano, o volume de exportação de produtos convencionais em grande quantidade caiu sensivelmente. Entre os problemas, a exportação de roupas diminuiu 20 pontos percentuais e a de produtos plásticos, 6 pontos percentuais. A exportação de sapatos também teve volume menor.

Dongguan, uma cidade famosa pela fabricação e pelo comércio no sudeste da China, teve, em outubro deste ano, sua primeira queda nas exportações em três anos. O gerente da Companhia de Sapatos Beihui de Dongguan, Bei Youping, disse que o lucro da companhia caiu muito.

"No passado, o lucro mínimo de um par dos sapatos ficava entre US$ 1,3 e US$ 1,5. Agora, é somente entre US$ 0,60 e US$ 1".

No entanto, comparando com a situação geral do mercado, os volumes de encomenda e de comércio de algumas empresas chinesas ainda estão crescendo. O presidente do Grupo Huajian, maior empresa de fabricação de sapatos femininos da China, Zhang Huarong, afirmou que, em comparação com o ano passado, o lucro do grupo aumentou 5% por causa da reforma no processo de administração da empresa e elevação da eficiência.

"Antes de 2006, a empresa teve mais benefícios. Agora o ambiente exterino não esteja bom, mas com o aperfeiçoamento da produção e o controle de despesas, obtivemos resultados positivos. A crise financeira é uma chance para elevar a eficiência da nossa empresa."

Como a indústria de fabricação de sapatos, as empresas de brinquedos da China também estão enfrentando grande pressão com a decadência do mercado. Algumas companhias de brinquedos começaram a criar suas próprias marcas por meio de inovação tecnológica e elevação da qualidade científica dos produtos. O volume de exportação destas empresas manteve a tendência de aumento. Sobre isso, o secretário-geral da Associação dos Brinquedos de Dongguan, Chen Xiangyou, ponderou:

"Nos últimos mais de 20 anos, a fabricação de brinquedos desenvolveu-se até hoje com mão-de-obra barata, mas, agora, temos que reforçar os elementos de alta tecnologia de toda a indústria."

Os especialistas avaliam que as empresas devem fortalecer sua capacidade de exploração e inovação e abrir novos mercados além da Europa e dos EUA. Ao mesmo tempo, a crise financeira também trouxe oportunidades para o aperfeiçoamento das indústrias competentes e as empresas podem elevar sua competitividade e melhorar a administração dos recursos por meio de fusões e renovações. Então, do ponto de vista de longo prazo, isto vai favorecer o desenvolvimento da economia chinesa. Quanto ao apoio do governo, o Ministério das Finanças da China já aumentou em três vezes a restituição de impostos de exportação neste ano. Além disso, o governo decidiu cancelar ou reduzir os impostos alfandegários dos produtos de ferro, alimentos, indústria química e outros, a partir de 1º de dezembro.

O ministro do Comércio da China, Chen Deming, acredita que as empresas chinesas podem superar esse "inverno" causado pela crise financeira.

"30 anos depois do início da reforma e abertura, as empresas chinesas já têm capacidade forte para se adaptar ao mercado, reajustar sua estrutura de produtos e transferir o modelo de administração para explorar o mercado. Eles ainda descobriram que o mercado doméstico também é grande e passaram a vender alguns produtos antes exportados dentro do país. Acredito que eles vão superar a crise e ter um melhor desenvolvimento no futuro."