O presidente da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA) do Brasil, Marcos Sawaya Jank, afirmou que a China tem um mercado, que ainda não foi explorado, com enorme potencial para os produtores brasileiros de etanol.
Ele fez as observações durante uma visita de cinco dias à China.
"Estamos atrasados para o mercado chinês", expressou o presidente, que disse que o número de automóveis da China está crescendo quatro vezes mais rápido que o do Brasil, enquanto o potencial de desenvolvimento é incalculável. O executivo brasileiro mostrou uma tabela indicando que agora nos Estados Unidos, cada cem habitantes têm 80,80 automóveis. Porém, a cifra da China é de apenas 2,40, que significa que a busca pelo combustível no país asiático vai aumentar de acordo com o crescimento do número de veículos.
No entanto, os crescentes preços do petróleo no mundo e o fraco suprimento interno na China dificultam o avanço.
Atualmente, dez províncias e regiões da China já adotaram a mistura de 10% de etanol na gasolina. O país reconheceu o problema ambiental cada vez pior e planeja promover o uso de energia alternativa. Porém, com a grande população, enfrenta o problema do limite de terras para a plantação de milho e cana-de-açúcar. Segundo fontes da Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma, a China está com dificuldade de atingir a meta no uso de etanol até 2010, de dois milhões de toneladas, por falta de matéria-prima.
Jank salientou várias vezes a "complementaridade" entre os dois países na área de energia alternativa, dizendo que um círculo de cooperação deve ser construído o mais cedo possível. O setor do Brasil quer atrair mais investimentos da China, enquanto a exportação de etanol ao país asiático deve ser iniciada e reforçada, para que a escassez de combustível na China seja resolvida e o trabalho de desenvolvimento de energia alternativa, melhor promovido.
Durante sua visita ao gigante asiático, o presidente teve conversas com as principais empresas chinesas de energia, como CNPC e Sinopec, além de pesquisar a possibilidade de estabelecer um escritório de representação na China. "Este será o terceiro escritório, os outros dois ficam nos EUA e na Europa, e poderemos realizar diálogos com os governos, as empresas privadas e a mídia", assinalou Jank. Ele também fez um discurso sobre o setor de etanol no painel Biofuels Around the World, no Simpósio Mundial de Biocombustíveis, na Universidade Tsinghua.
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