No século passado, quando a China regressou para a ONU, não tinha muito direito a voz nos assuntos internacionais. Naquele tempo, com a guerra fria, a diplomacia da China não pôde se livrar da conjuntura internacional e se limitou aos contatos com países socialistas e da Ásia, África e América Latina, sem muita participação dos assuntos internacionais.

Em 1978, o Partido Comunista da China realizou sua 3ª Sessão Plenária do 11º Comitê Central, dando início à etapa histórica de reforma e abertura do país. A grande reforma e abertura sem precedentes da China também mudou as relações do país com o mundo. A China quer se desenvolver, fazer contatos e cooperar com o mundo.

Com base no novo julgamento científico, o líder de então da China, Deng Xiaoping, propôs a conclusão famosa de que a paz e o desenvolvimento são os dois temas principais do mundo atual e a guerra mundial não é inevitável. A teoria serviu como base para uma série de reajustes importantes das políticas exteriores da China. Sobre isso, o professor da Universidade dos Negócios Estrangeiros da China Wang Fan analisou:

"A reforma e a abertura fizeram a China definir a nova característica da era, quer dizer a paz e o desenvolvimento, em vez da guerra e da revolução. As tarefas da diplomacia da China também passaram a ser dedicar esforços pela criação de um ambiente favorável para o desenvolvimento do país. A diplomacia da China serviu para a reforma e a abertura. Em conseqüência, a China se tornou um dos membros importantes do sistema internacional e o destino do país se associou ao da maioria dos países do mundo. O futuro da China vem se ligando ao futuro mundial."

Dando uma olhada retrospectiva nos últimos trinta anos, houve muitos assuntos históricos para refletir o desenvolvimento do relacionamento exterior do país. A China e os Estados Unidos estabeleceram relações diplomáticas em janeiro de 1979. No final do século passado, o país retomou a soberania sobre Hong Kong e Macau. Na década de 1990, a China e a Rússia promoveram em conjunto a criação da Organização de Cooperação de Shanghai. Beijing também desempenhou um papel essencial nas negociações sobre a questão nuclear da Península Coreana.

Nas últimas três décadas, a diplomacia chinesa se tornou mais pragmática e madura. A influência e a posição da China no cenário internacional vêm sendo elevados.

Entrando no século XXI, a diplomacia chinesa passou a ter novas características. Quanto a isso, Wang Fan disse:

"Isso inclui, principalmente, os seguintes aspectos: mais valor à criação da imagem geral da China nos importantes assuntos internacionais; intensificar a utilização de conhecimento público, obtendo mais prestígio na comunicação, intercâmbio e negociação internacionais, especialmente pela ocasião das Olimpíadas de Beijing; desempenhar com mais importância a divulgação da cultura e a consciência pacífica chinesas, bem como os êxitos conquistados durante os 30 anos da prática da reforma e abertura."

Para o professor catedrático Wang, a nova diplomacia da China é baseada na situação atual e encara o futuro. Podemos dizer que a nova diplomacia chinesa é mais prática e racional, mostrando mais tranqüilidade e confiança. A China não apenas tem a vontade de resolver problemas, como também possui capacidade de fazê-lo. Isto corresponde completamente à mudança da posição da China na comunidade internacional, tanto na influência global quanto no poderio que o país domina.

O chanceler chinês, Yang Jiechi, escreveu em um artigo publicado recentemente que: "Situando-se no momento histórico do 30º aniversário da prática da reforma e abertura, sabemos claramente a responsabilidade e a missão históricas da diplomacia chinesa. Vamos tratar com todo o esforço e firme determinação de criar um bom ambiente externo ao processo de reforma e abertura do país, bem como dar maiores contribuições ao desenvolvimento e à paz do mundo inteiro."

A diplomacia chinesa, com responsabilidade pesada, ainda tem um longo caminho a percorrer.