A Cúpula do G20 sobre o mercado financeiro e a economia mundial começou ontem(15) em Washington, Estados Unidos. Na ocasião, o presidente chinês Hu Jintao proferiu um discurso analisando os motivos da crise financeira e apresentou a posição do governo chinês sobre uma série de problemas relacionados com o combate à crise e com a reforma do sistema financeiro internacional.
Hu Jintao analisou que a ocorrência da crise deve por um lado à inadequada política macroeconômica adotada pelas economias e por outro lado, à deficiência da regulação do sistema financeiro. A tarefa premente é continuar adotando todas as medidas necessárias para restabelecer a confiança do mercado e controlar o alastramento e expansão da crise. "Os principais países desenvolvidos devem assumir suas devidas responsabilidades e obrigações, aplicar políticas macroeconômicas que conduzam à estabilidade econômica e financeira e ao crescimento nacional e internacional, tomar medidas ativas para estabilizar seus próprios mercados financeiros e os internacionais e salvaguardar os interesses dos investidores. Ao mesmo tempo, todos nós devemos incrementar a coordenação das políticas macroeconômicas, ampliar o compartimento de informações econômicas e financeiras, e aprofundar a cooperação na regulação financeira internacional a fim de criar as condições necessárias para a estabilidade nos mercados nacionais e internacionais".
Hu sublinhou que manter o crescimento económico é a importante base do combate à crise. Todos os países devem reajustar sua política macroeconômica e promover o crescimento económico através dos meios financeiros e monetários e evitar a recessão economômica global, além de adotar ações conjuntas para estabilizar os mercados de energias e halimentação, controlar as especulações e criar as condições favoráveis à expansão econômica mundial. Hu exortou que a comunidade internacional prevenisse o protecionismo do comércio e investimento e conjugue os esforços pelo progresso positivo das negociações da rodada de Doha.
Falando da reforma do sistema financeiro internacional, o presidente chinês opinou que a reforma deve aspirar a estabelecer uma nova ordem financeira internacional que seja equitativa, justa, abrangente e ordenada e realizar-se de maneira ampla, equilibrada, paulatina e voltada a resultados. Ele propôs quatro prioridades da reforma: fortalecer a cooperação internacional na regulação financeira; fazer avançar a reforma das instituições financeiras internacionais; incentivar a cooperação financeira regional, e buscar em passos sólidos o pluralismo do sistema monetário internacional.
O presidente chinês afirmou que a crise não apenas tem feito grande impacto ao mercado financeiro dos países desenvolvidos como também tem causado as influências aos países em desenvolvimento e estas influências tendem a alastrar. Neste momento crucial, a comunidade internacional, sobretudo os países desenvolvidos, devem adotar as medidas efetivas para ajudar os países em desenvolvimento, especialmente os países africanos a superar as dificuldades. As organizações financeiras internacionais devem relaxar as restrições da emissão de empréstimos e fornecer assistências oportunas aos países mais atingidos pela crise, enquanto os países desenvolvidos continuam cumprindo seus compromissos feitos aos países em desenvolvimento, reduzindo ou isentando as dívidas aos países subdesenvolvidos, bem como reduzindo os impostos alfandegários de exportação destes.
Em seu discurso, Hu Jintao apresentou a situação econômica da China e as medidas adotadas pelo governo chinês em resposta à crise. Segundo ele, a China, com uma atitude responsável, está disposta a continuar participando da cooperação internacional em busca da estabilidade financeira internacional e o desenvolvimento económico mundial, apoiando às instituições financeiras internacionais no aumento de sua capacidade de financiamento de acordo com as mudanças do mercado, reforçando seu apoio aos países em desenvolvimento mais afetados pela crise, e participando ativa e positivamente dos planos de financiamento comercial do Banco Mundial e das instituições financeiras internacionais.
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